Terminei de Ler: Moby Dick
Autor: Herman
Melville
Páginas: 656
Capa Dura
Editora: Cosac Naify
O livro traz o relato de um
marinheiro letrado, Ishmael, sobre a última viagem de um navio baleeiro de
Nantucket, o Pequod, que parte da costa leste dos Estados Unidos - com sua
tripulação multiétnica - rumo ao Pacífico Sul, onde encontra o imenso cachalote
branco que, no passado, arrancara a perna do vingativo capitão Ahab. Ao longo
de 135 capítulos, Herman Melville (1819-1891) explora com brilhantismo e ironia
os mais variados gêneros literários: da narrativa de viagens ao teatro
shakespeareano, do sermão à poesia popular, passando pela descrição científica
e a meditação filosófica.
Que resenha difícil de ser feita por mim, não porque o livro é
ruim, ou muito bom, mas sim porque em se tratando de clássicos eu sou uma
pessoa muito extrema, ou eu odeio completamente a historia, ou eu a amo
incondicionalmente.
Então pensando nessa resenha, ela vai sair um pouco diferente de
tudo o que venho resenhando no blog.
O que faz eu não gostar de um clássico? Se a história é muito religiosa eu com
quase certeza não irei gostar. Fora também o tipo de escrita, e Moby Dick peca
nesse 2 quesitos, é uma obra extremamente religiosa, e a escrita mais parece
uma enciclopédia (desatualizada né) do que uma narrativa, o que deixou uma
coisa tão prazerosa, a leitura, chata e maçante.
Outra coisa que não gostei na leitura foi: Toda a romanização que Melville faz
a cerca da ‘nobre’ tarefa/trabalho que é a caça das baleias, esses seres ‘monstruosos’
que moram pelos mares da vida. Chequei a quase vomitar nos capítulos que
Melville protege os baleeiros, e dou graça a todos os deuses possíveis por isso
ter acabado um pouco (não totalmente, pois ainda há nações nojentas que seguem
querendo caçar esses seres magníficos que são as baleias.
Lendo algumas resenhas do livro me deparei com uma em que falam que o livro tem
um cunho didático, que mais parecia uma aula, aí eu me pergunto, onde isso
acontece? Só se a pessoa se transportou ao passado, porque tudo o que tem nessa
'enciclopédia' é passado, o que literalmente acaba com esse cunho estudantil! Se querem provas vai algumas ai: 1º “o bote custeou
o flanco do PEIXE” Sabemos no século em que vivemos que baleias não são peixes
e sim mamíferos! 2º Num dos muitos capítulos que Melville descreve algumas
baleias, onde ‘moram’, o que comem, etc, ele classifica Orcas como baleias,
também sabemos hoje em dia, que orcas NÃO SÃO baleias e sem parentes dos
golfinhos!
Agora
vamos a história, acho que quase todos conhecem, ela resumidamente, é sobre um
capitão que sai a caça a Moby Dick, a ‘demoníaca’ baleia branca, por vingança,
pois a mesma tinha o deixado sem uma perna. O livro possui outros personagens,
como Ishmael, um jovem que se torna baleeiro após alguns anos servindo a
marinha norte americana, Queequeg e mais um monte de marujos.
O livro começa bem pacato, demora bastante para acontecer algo
mesmo, por exemplo o livro passa cerca de 100 páginas em terra e demora para
Ishmael ir para o mar no barco que estava empregado. Mau sabia eu que essas
quase 100 primeiras paginas iriam ser as melhores do livro inteiro. É aqui que
esta as partes que mais gostei, como o momento que Ishmael e Queequeg se
conhecem, que foi numa estalagem que só tinha meia cama para Ishamael passar a
noite – que era a cama de um estranho, Queequeg – e Ishamael por não ter outra
opção aceita dividir cama com um completo estranho, e assim me proporcionou uma
sequencia muito engraçada, quando os mesmo se conhecem na calada da noite.
Depois desse encontro estranho, os 2 se tornam bons amigos, e assim Ishamael e
Queequeg começam sua aventura pelos mares.
Os personagens são bons?! Difícil a pergunta, comecei o livro
adorando Ishamael e Queequeg mas a descrição de Melville para varias coisas me
fez com o tempo perder o interesse pelos dois. Os outros personagens são sem
graças demais, não me apeguei a nenhum deles, e para falar a verdade, odiei
muitos.
Gostei mesmo é da Moby Dick, a magnífica baleia branca, aqui uso
uma frase bem internauta para descrever os personagens do livro: Moby Dick
Rainha, o resto NADINHA! Me peguei torcendo abertamente para a baleia destroçar
esse bando de ‘homem’ e fiquei muito feliz que no final isso aconteceu (mesmo
já sabendo).
Nota: 2/5 ou 4/10, pois foi sofrível ler esse livro, não vou
falar que não o recomendo para ninguém, afinal acho que todos deveriam ler para
formarem suas próprias opiniões, como eu mesmo faço. Durante a leitura me
peguei pensando muito em como queria saber como o livro era antes de ler, mas
me conhecendo eu sei que mesmo lendo muitas criticas negativas, eu leria o mesmo
para formar uma opinião, então eu recomendo a leitura, mesmo não tendo gostado.
QUOTES
“...Visite as pradarias em junho, quando, por
dezenas e dezenas de milhas, você caminha por entre lírios até os joelhos –
qual é o único encanto que falta? – Água – não há uma gota de água por ali! Se
Niágara fosse uma catarata de areia, você viajaria milhares de milhas para
vê-la? Por que o pobre poeta do Tennessee, ao receber dois punhados de moedas,
hesitou entre comprar um casaco, do qual, infelizmente, precisava, e investir
seu dinheiro em uma prosaica viagem para a praia de Rockaway? Por que quase
todo rapaz forte e saudável e provido de espírito forte e saudável, numa
ocasião ou noutra, fica louco para ir ao mar? Por que em sua primeira viagem
como passageiro você sentiu aquela vibração mística, quando lhe disseram que
você e o navio estavam fora do alcance dos olhos da terra? Por que os antigos
Persas consideravam o mar sagrado? Por que os Gregos lhe atribuíram uma
divindade separada e fizeram dele o próprio irmão de Jove? Tudo isso certamente
tem um significado. E ainda mais profundo é o significado da história de
Narciso, que, por não conseguir chegar à imagem provocativa e difusa que viu na
fonte, nela mergulhou e se afogou. Mas nós vemos essa mesma imagem em todos os
rios e oceanos do mundo. É a imagem do insondável fantasma da vida; e esta é a
chave de tudo...”
“No entanto, uma boa risada é algo poderoso, algo
bom e raro; o que mais existe é de se lastimar. Por isso, quando um homem dá
motivos para que os outros se riam, é melhor que não hesite, que permita agirem
consigo desse modo e aja, por sua vez, com alegria. Se esse mesmo homem tiver
algo de muito engraçado nele, é certo que vale mais do que se pensa.”
“Oh, vós, cujos mortos jazem enterrados sob a grama
verde; que em meio a flores podeis dizer – aqui, aqui jaz o meu amado; vós não
sabeis a desolação que habita estes nossos peitos. Que vazio amargo esse dos
mármores enegrecidos que não cobrem cinza alguma! Que desespero esse das
inscrições irremovíveis! Que vácuo mortífero, que indesejada infidelidade
daquelas linhas que parecem minar toda a Fé e recusam a ressurreição a seres
que no deslugar pereceram sem ter túmulo...”
“Se ainda restasse um vestígio de indiferença ou
frieza no coração do Pagão em relação a mim, esta agradável e cordial cachimbada
derreteu o gelo, e nos tornamos amigos íntimos. Ele parecia ter se afeiçoado a
mim tão natural e espontaneamente quanto eu a ele; e, quando acabamos de fumar,
encostou sua testa na minha, puxou-me pela cintura e disse que a partir daquele
momento estávamos casados; o que significava no dizer de seu país que éramos
amigos do peito; morreria por mim de boa vontade, se preciso fosse. Num
conterrâneo, este súbito ardor de amizade teria parecido um pouco prematuro,
algo bastante suspeito; mas a este simples selvagem as tais velhas regras não
se aplicavam.”
“Não sei por quê; mas não há lugar mais propício
para confidências entre amigos do que uma cama. Marido e mulher, dizem, ali
abrem até o fundo da alma um para o outro; e alguns casais idosos muitas vezes
ficam deitados conversando sobre os velhos tempos até o amanhecer. E assim, na
lua-de-mel de nosso coração, eu e Queequeg ficamos deitados – um casal
aconchegante e amoroso.”
“Nada existe em si mesmo. Quando você se gaba de se
sentir bem confortável e fica assim por um longo tempo, então já não se pode
mais dizer que você continua confortável do mesmo modo.”
“Porque homem nenhum pode sentir plenamente sua
própria identidade se não estiver de olhos fechados; como se a escuridão fosse
mesmo o elemento apropriado das nossas essências, ainda que a luz seja mais
propícia ao barro de nossa natureza. Ao abrir os olhos, então, deixando as
aprazíveis trevas de minha criação pela brutal escuridão imposta por uma
meia-noite mal iluminada, experimentei uma repulsa desagradável”
“...embora eu tivesse sentido repugnância por ele
fumar na cama na noite anterior, nossos rígidos preconceitos se tornam
elásticos quando o amor vem dobrá-los.”
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