Autor: Carlo Collodi
Páginas: 360
Capa Dura
Editora: Cosac Naify
Um pedaço de madeira falante aparece misteriosamente na oficina de mestre Cereja. O marceneiro, apavorado, presenteia o amigo Geppetto com essa peça de madeira viva. Geppetto tem planos ambiciosos: fabricar uma marionete maravilhosa, capaz de dançar e dar saltos mortais, e ganhar o mundo com sua atração.
Os planos do pobre marceneiro, porém, não se concretizam. Mal nasce, Pinóquio já começa com suas estripulias: arranca a peruca amarela de seu "pai", e seu nariz começa a crescer até se tornar um "narigão interminável". Daqui por diante, Pinóquio vai se meter em confusão atrás de confusão. Vende a cartilha que ganhou de Geppetto, escapa de ir à escola e vai parar no Grande Teatro de Marionetes. Ele se defronta com as artimanhas da Raposa e do Gato, que o levam para o Campo dos Milagres e tentam enforcá-lo. Do seu lado, estão o conselheiro Grilo-Falante e a Fada de cabelos azuis, que aparece para salvá-lo da armadilha do País dos Brinquedos, onde os meninos se transformam em burros.As aventuras de Pinóquio é a obra original de Carlo Collodi, publicada pela primeira vez em 1883. Em seu percurso de transformação de boneco em menino, Pinóquio enfrenta as intempéries das noites longas e frias, depara com a autoridade da lei, padece de uma fome terrível e descobre a solidão da condição humana. Fantasia, humor e ironia se combinam neste clássico da literatura, indicado para todas as idades.
Acho que não tem uma alma viva, que não conheça a história do boneco que queria ser um menino de carne e osso, ou seja, o boneco Pinóquio.
Mas, para quem não a conhece, Pinóquio, ou As Aventuras de Pinóquio, conta a história de um menino de madeira, feito por Geppetto. Esse menino arrogante, ambicioso, que não gosta de estudar, de trabalhar, e quer tudo fácil, porém, no final vemos que ele não é de todo mau.
Pinóquio, por suas decisões erradas, passa por muitas desventuras, e sofre demais com elas, mas aprende com essas decisões. Afinal, não nascemos humanos, é no decorrer de nossa vida, com nossos erros e aprendizagem com eles, com os acertos, que nos transformamos, e Pinóquio no final de tudo e de ter se dado muito mal, felizmente aprende com os seus (vários) erros e no final é bem recompensado.
Bem, os personagens deste livro são ótimos. Pinóquio, mesmo sendo desobediente e mau criado é um personagem ótimo; Geppetto o pai de Pinóquio é um amor de, não só personagem, como também de ser humano. O Grilo Falante e a Fada também são ótimos, porém o livro não foca muito neles, mas sim muito em Pinóquio.
A história é muito boa, mesmo sendo infantil contém muitas lições de vidas para todas as idades. Ela é bem engraçada em certos momentos, mas em outros bem triste, cheguei até a chorar em certas partes.
O tipo da narrativa é muito bom, o livro é em Terceira pessoa, então sabemos dos fatos a partir do narrador/autor, que em alguns pontos até conversa com nós, mas tbm temos algumas partes em Primeira Pessoa, acho (afinal não sou um conhecedor do assunto) que é no estilo narrador-onisciente.
A história é fácil de ser lida, e a leitura flui bem, e é uma leitura fácil e rápida de ser lida.
OBS: A edição que eu li, é a mesma que foi feita o De Olho No Livro, quando o fiz ainda não tinha lido, e por isso percebi só agora: A tinta dourada da capa é bem ruinzinha, só de eu fazer o De Olho no Livro e ler, ela começou a descascar, mas tirando isso a edição é boa.
QUOTES
"A casa de Geppetto era um quartinho ao rés do chão que roubava a luz por um vão de escada. A mobília não podia ser mais simples: uma cadeira velha, um catre sem conforto e uma mesinha escangalhada. Na parede do fundo via-se uma pequena lareira com o fogo aceso; mas este era pintado, e ao lado do fogo estava desenhada uma chaleira que fervia alegremente deixando escapar uma novem de vapor, que parecia fumaça de verdade."
"- Pobre daqueles meninos que se rebelam contra os pais e abandonam por teimosia a casa paterna! Não terão nunca felicidade neste mundo; e mais cedo ou mais tarde vão se arrepender amargamente." - Grilo Falante
"- Se não lhe agrada ter que ir à escola, por que não aprende pelo menos um ofício, para poder ganhar honestamente o pão de cada dia?
- Quer que eu lhe diga? - replicou Pinóqui, que começava a perder a paciência. - De todas as profissões do mundo só há uma que me agrada.
-E qual seria? ...
- A de comer, beber, dormir, me divertir e levar o dia inteiro na vagabundagem."
"- O Grilo Falante tinha razão. Fiz mal em me voltar contra meu pai e fugir de casa... Se ele estivesse aqui, eu não estaria morrendo de tanto bocejar! Oh! Que doença terrível é a fome!"
"... Neste mundo, desde criança, a gente precisa se acostumar a provar e a comer de tudo, pois nunca se sabe o que nos pode acontecer..." -Geppetto
"- A propósito - acrescentou o boneco -, para ir à escola ainda me falta uma coisa: falta o melhor e o principal.
- Que é? ...
- Falta a cartilha.
-Tem razão. Mas como faremos para consegui-la?
-Facílimo: é só ir a uma livraria e comprá-la.
-E o dinheiro?
-Eu não tenho.
-Nem eu - completou o bom velho, ponde-se triste.
E Pinóquio, apesar de ser um menino muito alegre, também ficou triste; porque a miséria, quando é para valer, todos entendem: até mesmo os meninos."
"Falando consigo mesmo, dizia: 'Hoje, na escola, quero logo aprender a ler: amanhã vou aprender a escrever e depois de amanhã a tratar com os números. Depois, com a minha habilidade, vou ganhar muito dinheiro e, com o primeiro que me vier ao bolso, vou comprar para meu pai um belo casaco de lã. Mas por que de lã? quero que seja todo de prata e ouro, com botões de brilhante. E bem que aquele pobre o merece de verdade: porque, afinal, para comprar os livros com que eu vou me instruir, ele ficou em mangas de camisa... com esse frio! Somente os pais são capazes de tamanho sacrifício.'"
"As mentiras, meu menino, são logo reconhecidas, pois são de duas espécies: há mentiras que têm perna curta e mentiras que têm nariz comprido. As suas pelo visto são das que têm nariz comprido." - Fada
"- É que nós, os meninos, somos todos assim. temos mais medo dos remédios do que dos males." -Pinóquio
"- A fome, meu menino, não é boa razão para se poder apropriar das coisas que não são nossas."
"- Nunca pensei que as favas fossem tão boas.
- você precisa apender, meu rapaz - replicou o Pombo -, que, quando a fome fala mais alto e não temos mais anda para comer, até as favas ficam saborosas. A fome não conhece paladares nem manjares."
"... A sinceridade da sua dor me fez reconhecer que você tinha bom coração; e, dos meninos de bom coração, mesmo quando são um pouco travessos e mal-acostumados, é sempre de se esperar alguma coisa: ou seja, é sempre de se esperar que voltem ao bom caminho..."
"Ora, Pinóquio! Os meninos são rápidos em prometer, mas quase sempre lentos em cumprir as promessas." -Fada
" - Quando os meninos maus se tornam bons têm a virtude de fazer com que um aspecto novo e sorridente se desenvolva também no interior de suas famílias."
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