Terminei de Ler: Arsène Lupin O Ladrão de Casaca

Arsène Lupin O Ladrão de Casaca
Autoras: Maurice LeblancEditora: ZaharPáginas: 280
Capa DuraBrilhante, audacioso, sedutor, mestre do disfarce e do jiu-jítsu, Arsène Lupin é a irônica resposta francesa a Sherlock Holmes: um ladrão refinado e anarquista, espécie de Robin Hood da Belle Époque. Nas nove histórias que compõem essas primeiras aventuras, o irresistível anti-herói atormenta seus oponentes, zomba das convenções estabelecidas, ridiculariza a burguesia e ajuda os mais fracos. E ainda enfrenta um grande detetive inglês, não por acaso chamado Sherlock Sholmes. Essa edição traz texto integral, excelente tradução de André Telles e Rodrigo Lacerda, vencedores do Prêmio Jabuti, apresentação de Lacerda, posfácio de Maurice Leblanc e cronologia de vida e obra do autor, capa dura e acabamento de luxo.





O livro possui as 9 primeiras histórias do detetive francês, Arsène Lupin, criado por Maurice Leblanc, são eles:
ATENÇÃO ALGUNS CONTO CONTEM SPOILERS, SINTAN-SE AVISADOS.
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A Detenção de Arsène Lupin
História passada num cruzeiro.
No primeiro dia de viajem é informado no rádio que o notório vigarista, Lupin, está a bordo do cruzeiro, de pista só é dado que ele está na primeira classe, tem o cabelo loiro e está usando o sobrenome R (a transmissão é cortada antes do nome completo ser dito e não sabemos ele todo).
Todos começam a achar que o Sr Rozaine é Lupin.
Bem o conto é bem simples, fica só nisso de quem é Lupin, e quem é, é bem óbvio (pelo menos para mim).
Mas o conto é bom.

Nota: 3/5
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Arsène Lupin na prisão
Com Arsène Lupin na prisão, tudo parecia calmo, não é mesmo? Mas essa conclusão apressada é errônea.
Num belo dia, o barão Cahorn recebe uma mensagem de Lupin, informando que se ele não entregar algumas coisas de sua coleção irá rouba-lo.
O barão não faz o tratado e chega o dia do roubo. Se vai haver um roubo e se é Lupin mesmo o mandante do crime? Leiam o conto, mas já adianto: algo no final é bem obvio, mas é isso que me surpreendeu, ñ cheguei a pensar que a saída seria a mais fácil.

Nota 4/5
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A Fuga de Arsène Lupin.
Bem este conto nada mais é o que o título diz (os criadores de Dragon Ball aprenderam como dar spoilers em títulos aqui).
Infelizmente com isso já sabemos que Lupin vai fugir da prisão, porém não sabemos a fôrma, então a surpresa não foi totalmente estragada.
Eu particularmente achei o modo como ele fugiu plausível depois quando descobrirmos como foi, foi uma coisa bem elaborada e que fez esse ter sido meu conto preferido nos 3 primeiros.

Nota: 4/5 + fav
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O Passageiro Misterioso
Ao fugir, Lupin enfrenta um problema, é assaltado no trem que estava, com isso ele terá que se juntar a polícia, pois em sua carteira roubada estão provas importantes que podem ser usadas contra ele.
Mas será que Lupin conseguirá o feito?
Não irei contar o que acontece, para não estragar a surpresa, porém adianto: Algumas situações no conto são bem forçadas, como por exemplo a burrice da mulher que está no trem com Lupin e o ajuda quando ele pede, mas nem desconfia de nada. 

Nota: 3/5
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O Colar da Rainha
De longe o pior conto do livro, é sobre um colar, que pertencia a Maria Antonieta, e foi roubado, e destruído, depois devolvido e reconstruído com peças de pouco valor.
Mas pra resumir, o colar está com a família Dreux-Soubise, ele é roubado de novo, e anos depois alguém o devolve.
Só isso? Sim, fiquei inconformado!!!

Nota: 2/5
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O Sete de Copas
Tudo começou na noite do dia 23 para o dia 23 de Junho, um estranho vai à casa de Maurice** lá ele deixa um bilhete pedindo para ele não se mexer e nem fazer barulho.
Maurice por medo faz o que lhe mandam, e no dia seguinte constata que nada em sua casa foi roubado.
Estranho né? Não muito, pois o estranho estava à procura de algo específico deixado por Louis Lacombe, antigo proprietário da casa que a 6 anos sumiu misteriosamente
Com o passar do tempo, descobrimos uma drama com direito a traição, e uma ideia parar fazer um submarino de guerra.
Bem a história é só sobre isso? Claro que não, ela tem muito mais coisas, é uma história envolvente e muito boa, e de longe o melhor conto (sim tirou a Fuga de Lupin do primeiro lugar).

Nota: 5/5 + fav

Nota de rodapé:
** Maurice é o nome do autor, optei por dar esse nome ao personagem pois o conto é narrado por ele, sendo assim é como se fosse a visão do autor.
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O cofre forte da Sra Imbert
Nesse conto descobrimos como Arsène Lupin surgiu, o seu primeiro roubo!
De longe o conto mais engraçado do livro, principalmente com o final que teve.
O conto apresenta duas linhas do tempo, uma sendo o passado, onde quem narra é Lupin, outra sendo o presente, narrado por "Maurice", o narrador que se tornou amigo de Lupin.

Nota: 4/5
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A Pérola Negra
A condessa D'Antillot era uma pessoa muito rica, mas do nada perdeu quase tudo, porém ela não ligou para isso é resolveu se mudar para um local mais modesto e viver uma vida assim.
Ela possui uma linda e cara joia, a Pérola Negra, joia que dizem ter sido um presente de um imperador e por isso não se desfez da mesma para conseguir dinheiro.
Arsène Lupin como sempre fica de olho na joia e planeja roubar, mas um imprevisto acontece e isto pode fazer seus planos irem por água abaixo.
O que será que aconteceu? Isso impedirá ele de roubar a Pérola Negra? Descubram ao ler o conto.

Nota: 5/5
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Herlock Sholmes chega tarde demais
Após dois roubos estranhos, onde 2 exemplares de Crônicas de Thibermesnil foram roubados, uma da biblioteca nacional de Thibermesnil e outra do Palácio da Torre Guilherme, Herlock Sholmes o melhor detetive inglês parte para França para tentar solucionar o caso e tentar pegar Arsène Lupin. Será que Herlock conseguirá pegar o infame ladrão de casaca?!
Enquanto a trama que lançam esses dois notórios gênios se desenrola, uma certa pessoa conhecida volta em cena, mas o que vai acontecer com essa volta? E quem é ela? Leiam Arsène Lupin: O Ladrão de Casaca e descubram.

Nota: 5/5 + fav
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Lupin é o único personagem que aparece mais e assim o único que consegui gostar, ele é um ÓTIMO personagem, inteligente, muito engraçado, irônico, galante, um verdadeiro cavaleiro (pra quem gosta de um amor bandido Lupin tem todas as qualidades de um do tipo) e um ladrão sim, mas não um ladrão qualquer, ele tem um senso de justiça, chegando ao ponto de ajudar a polícia, fora que ele também não rouba para sí as coisas, e sim rouba simplesmente pelo prazer de fazer os policias de trouxa. 
Único outro personagem que destaco é Herlock Sholmes, o detetive inglês que era uma homenagem a Sherlock, mas virou uma parodia, ela aparece bem pouco, mas já vi que vou adoras o personagem.

Bem a leitura do livro é muito agradável, ele possui uma linguagem bem simples de ser lida, a grande maioria dos contos é boa, eles são muito engraçados e alguns bem misteriosos.
Único ponto negativo é o tamanho dos contos, tem alguns contos que são pequenos demais, aliás, o livro é curto, e consegui ler ele em poucas horas.

QUOTES

"Arsène Lupin entre nós! O impecável ladrão de quem se contavam as proezas em todos os jornais há meses! A enigmática personagem com quem o velho Ganimard, o nosso melhor policial, tinha iniciado um duelo de morte cujas peripécias se desenrolavam de um modo tão pitoresco! Arsène Lupin, o cavalheiro imaginoso que só operava nos castelos e salões, e que, uma noite em que penetrara na casa do BarãoSchormann, saíra de mãos vazias deixando seu cartão com esta tirada: Arsène Lupin, cavalheiro furtador, voltará quando os objetos forem autênticos. Lupin, o homem de mil disfarces, chofer, tenor, bicheiro, rapaz de família, adolescente, ancião, caixeiro-viajante marselhês, médico russo, toureiro espanhol!"

"- Se não aparecer ninguém para me ajudar contra esse bandido - declarou Rozaine ao comandante -, resolverei o assunto por minha conta.
Rozaine contra Arsène Lupin ou, segundo o gracejo que correu, o próprio Arsène Lupin contra Arsène Lupin, luta que não deixava de ser interessante!"

"Instalou-se o terror. Não ousamos mais ficar sozinhos em nossos camarotes, muito menos nos aventurar em locais ermos. Prudentemente, nos agrupávamos entre pessoas que confiavam umas nas outras. Ainda assim, uma desconfiança instintiva separava os mais íntimos. É que a ameaça não provinha de um único indivíduo, justamente por isso menos perigoso. Arsène Lupin agora era... era todo mundo. Nossa imaginação superexcitada lhe atribuía um poder miraculoso e ilimitado. Nós o supúnhamos capaz de assumir os disfarces mais inesperados, de ser ora o respeitável major Rawson, ora o nobre marquês de Raverdan, ora mesmo esta ou aquela pessoa conhecida de todos, com mulher, filhos e criados."

"Seu retrato? Como fazê-lo? Vi Arsène Lupin vinte vezes e em cada uma delas era uma criatura diferente que me aparecia... ou melhor, a mesma criatura da qual vinte espelhos me teriam devolvido outras tantas imagens deformadas, cada uma com seus olhos singulares, sua silhueta inconfundível, seu gestual próprio, seu perfil, seu caráter.
- Eu mesmo - confidenciou-me - não sei mais quem sou. Não me reconheço mais ao espelho."

"Gozação, eu sei, e paradoxo, mas a verdade para quem o encontra e ignora seus recursos infinitos, sua paciência, sua arte da maquiagem, seu prodigioso dom de transformar até as proporções do rosto, alterando o equilíbrio de seus traços.
- Por que - continua ele - eu teria uma aparência definida? Por que não evitar o perigo de uma personalidade sempre idêntica? Meus atos bastam para me identificar. 
E esclarece, com uma ponta de orgulho:
- Tanto melhor se jamais são capazes de afirmar com toda a certeza: 'Este é Arsène Lupin.' O essencial é dizerem, sem medo de errar: 'Arsêne Lupin fez isso.'
São alguns desses atos, ou aventuras, que tento reconstituir a partir das confidências com que ele generosamente me agraciou, durante algumas noites de inverso, no silêncio de meu escritório..."

"- Ora, sr. diretor, não me venha com essa. Que ingenuidade! Tomam a precaução de me transportar sozinho na viatura, forjam um acidentezinho e imaginam que vou dar o fora para encontrar meus amigos! Está bem! E os vinte agentes da Sûreté que nos escoltavam a pé, de fiacre e de bicicleta? Sério, acharam que seria tão fácil?! Eu não teria saído vivo dali. Seja franco, sr diretor, não era com isso que contavam? 
Deu de ombros e acrescentou:
- Peço-lhe encarecidamente que não se preocupe comigo, sr. diretor. O dia em que eu cismar de fugir, não vou precisar de ninguém."

"- Agora vou descansar, entrar num regime de superalimentação e pouco a pouco voltar a ser eu. Tudo bem ser Baudru ou outro qualquer, mudar de personalidade como de camisa e escolher sua aparência, voz, olhar caligrafia. Mas quando deixamos de nos reconhecer em todos esses pontos, é absolutamente desagradável. No momento, sinto o que devia sentir o homem que perdeu a própria sombra. Vou me procurar... e me encontrar."

"- Ufa! Aqui estou. E como foi fácil. Eu me pergunto por que todo mundo não escolhe a confortável profissão de ladrão. Com um pouco de habilidade e reflexão, não há outra mais agradável. Uma profissão de confiança, uma profissão de pai de família. Muito cômoda, mesmo. Chega a ser até enfadonha."

"- Amanhã, às 4 horas da tarde, Herlock Sholmes, o grande policial inglês para quem não existe mistério, Herlock Sholmes, o decifrador de enigmas mais conhecido de todos os tempos, o assombroso personagem que parece de ponta a ponta criado pela imaginação de um romancista, Herlock Sholmes será meu hóspede."

"Quando o último cavaleiro passou, Herlock Sholmes se levantou e, sem uma palavra, espanou a poeira da roupa. A correia de seu embornal havia agarrado num galho cheio de espinhos. Arsène Lupin foi gentil. Estudaram-se mais um segundo. Se alguém os surpreendesse naquele instante, assistiria a um espetáculo eloquente: o primeiro encontro de dois mestres, ambos verdadeiramente superiores e, por suas aptidões especiais, fadados a colidir como duas forças iguais que a ordem das coisas empurra uma contra outra.
Então o inglês disse:
- Obrigado, cavalheiro."

Nota Geral: 4/5

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