Autora:Nancy Springer
Páginas: 192
Editora: Novo Século
“Eu gostaria muito de saber por que minha mãe me deu o nome de Enola, que, de trás para a frente, lê-se alone, que é a palavra inglesa para solitária (...) – Você vai se sair muito bem sozinha, Enola – dizia-me, quase todos os dias enquanto eu crescia. De fato, essa sempre foi sua maneira de dizer adeus inconscientemente.”
Quando Enola Holmes, irmã do grande detetive Sherlock Holmes, descobre que sua mãe desapareceu, ela rapidamente sai a sua procura.
Disfarçando-se de viúva, Enola embarca em uma jornada para Londres, sem saber o que poderá acontecer. Ao chegar na cidade ela adota uma série de disfarces, mas acaba se envolvendo no caso de um jovem marquês desaparecido.
Em uma época em que as mulheres eram subestimadas, a solitária adolescente inglesa é ameaçada por vilões que procuravam pelo tal nobre, e, além de ter que fugir desses malfeitores, ela precisa também despistar seus espertos irmãos.
Em meio a tantos perigos e mistérios, será que Enola conseguirá descobrir as pistas necessárias para encontrar sua mãe?
Quando Enola Holmes, irmã do grande detetive Sherlock Holmes, descobre que sua mãe desapareceu, ela rapidamente sai a sua procura.
Disfarçando-se de viúva, Enola embarca em uma jornada para Londres, sem saber o que poderá acontecer. Ao chegar na cidade ela adota uma série de disfarces, mas acaba se envolvendo no caso de um jovem marquês desaparecido.
Em uma época em que as mulheres eram subestimadas, a solitária adolescente inglesa é ameaçada por vilões que procuravam pelo tal nobre, e, além de ter que fugir desses malfeitores, ela precisa também despistar seus espertos irmãos.
Em meio a tantos perigos e mistérios, será que Enola conseguirá descobrir as pistas necessárias para encontrar sua mãe?
Se há duas coisa que eu gosto muito são livros em coleções e Sherlock Holmes. Desde que li a obra de Arthur Conan Doyle, me apaixonei pelas tramas envolvendo o detetive e seu fiel escudeiro (na verdade, em tempos, eu sentia muita pena do John Watson, sabe? Até que fui me percebendo um pouco mais rápida para perceber o que acontecia do que ele e passei a achar ele meio lerdinho, ahahaha).
Depois da morte de Doyle, muitos fãs começaram a escrever tramas baseadas no que leram e aplicando a tática de dedução de Sherlock Holmes em seus próprios personagens. Aliás, dentre os fãs ilustres do autor se encontra a dama do crime, rainha do assassinato e figura ilustre até os dias atuais: Agatah Christie. É até interessante ver que ela chega a citar o detetive em diversas de suas obras e até mesmo Mycroft em uma delas.
Essa coleção, aliás, também foi escrita por uma mulher. Menos ilustre do que Agatha Christie em termos de "fama literária", mas tão capaz de envolver a quem lê sua trama quanto ela. Nancy Springer deu a Sherlock e Mycroft uma irmã caçula e é justamente ela que estrela essa coleção de livros. No total são seis edições e ao longo do mês eu estarei fazendo algumas resenhas sobre elas e narrando minhas impressões. Pontuo já: simplesmente amei a coleção toda, ela é daquele tipo de livro que você termina um e precisa ter o seguinte em mãos, dada a ansiedade e a expectativa que cada um dos acontecimentos trazem.
Enola Holmes é uma adolescente, muito mais nova que os irmãos, ela viveu com a mãe em uma espécie de reclusão forçada após o falecimento do senhor Holmes (que fique claro, trata-se do pai). Enquanto seus irmãos vivem em Londres, ela e a mãe permaneceram na fazenda da família, em uma propriedade em ruínas e afastada de tudo e todos.
Como se trata de uma obra datada da época em que as mulheres não tinham poder de voz alguma, torna-se nítido que o falecimento do marido fez que a senhora Holmes perdesse o direito sobre suas próprias propriedades. Tudo passou a ser administrado por Mycroft, mesmo que ele não apareça faz anos na propriedade. E não pense que essa falta de capacidade de escolha alegra essa mulher, e muito menos que ela aceite a tudo de forma pacifica.
Aliás, ela era "responsável" por repassar as contas e os gastos para Mycroft, tal qual uma secretária, e ela usa disso para criar um plano de fuga. Afinal, aquela vida a esta deixando descontente e ela sente que pode ser sua última chance de "viver livremente" e não irá abrir mão.
Sendo assim, Eudora Holmes cria um plano e o coloca em prática por anos, até que sinta-se confortável para passar ao passo dois e "desaparecer" em pleno aniversário da filha. Aniversário este passado apenas entre a menina e dois criados da casa, já que os irmãos não podem perder tempo indo vê-la e a mãe aproveita a oportunidade para desaparecer.
Enola, cabe pontuar, é o oposto da palavra "alone", que em inglês que dizer "sozinha". E é essa solidão que marcou toda a vida da menina até esses dias. Mycroft é apenas alguém distante que ela viu duas ou três vezes até onde pode se lembrar e Sherlock, para ela, é uma figura que ela praticamente só conhece dos textos de Dr. John Watson no jornal. Na mente da menina, Sherlock é o melhor detetive do mundo e só não convive com ela por ser muito ocupado, enquanto Mycroft é apenas o irmão mais velho que conseguiu deixar sua mãe ainda mais triste na viuvez.
A propósito, Enola tem um medo muito grande de decepcionar seus irmãos, já que com o sumiço de sua mãe ela passa a acreditar que a culpa só possa ser ela. Já que ela nasceu muito tempo após os irmãos, é uma garota e "não é tão inteligente" quanto eles.
Quando percebe que sua mãe sumiu e que não há nenhum sinal de por onde ela esteja, Enola reluta, mas manda uma carta a cada um dos irmãos avisando do ocorrido. Em sua mente "infantil", ela acredita que os irmãos vão ajudá-la a descobrir por onde sua mãe se encontra. Mas logo que chegam, toda a ideia que Enola fazia deles ou se concretiza (em Mycroft) ou a decepciona (em Sherlock).
Perceber que para os irmãos a mãe "deve estar fazendo uma cena" e que eles vêem Enola como um objeto a ser repreendido. Eles ficam horrorizados ao ver que ela "não age e se veste como uma típica dama inglesa" e com o estado da propriedade, bem como a falta de educação formal da menina. Logo, eles decidem, sem nem ao menos consultá-la, que vão colocá-la em um colégio interno para "recuperar o tempo perdido" e de lá ela sairá para casar.
Revoltada com o que o futuro a reserva e decepcionada com a falta de atitude dos irmãos para procura sua mãe, Enola tenta ganhar tempo para conseguir alguma pista do paradeiro de sua mãe e posteriormente foge. Mesmo que não se ache tão brilhante como os irmãos, ela não desistirá de descobrir o que aconteceu com sua mãe. Ela não tem tanta certeza de que ela tenha ido embora por livre e espontânea vontade e não desistirá até passar a história a limpo.
Junto com a trama principal, que é o sumiço de sua mãe, Enola vai acabar investigando seu primeiro caso (o do Marquês), figura na qual ela acaba conhecendo por acaso e que vai compartilhar com a garota momentos de muito medo.
Embora seja um livro infanto-juvenil, este é um daqueles livros que agrada a todas as idades e que nos faz grudar em suas páginas, doidos para descobrir o final da trama e prendendo a respiração em cada ocasião em que Enola é quase descoberta por seus irmãos.
Nota: 5 de 5
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