Autora: Agatha Christie
Editora: Harper Collins Brasil / Nova Fronteira
Morte no Rio Nilo
Páginas: 256
“Bela, rica e inteligente, a jovem herdeira Linnet Ridgeway parece conseguir tudo o que quer. No entanto, quando rouba o noivo de sua melhor amiga e se casa com ele sem pensar duas vezes, talvez Linnet esteja indo longe demais...
Em sua viagem de lua de mel num cruzeiro pelo rio Nilo, no Egito, o casal apaixonado se depara com uma série de antagonistas interessados em sua fortuna e em provocar sua infelicidade. Então Linnet é encontrada morta, com um tiro na cabeça. O detetive Hercule Poirot, que por acaso também estava no navio, entra em ação para tentar montar mais esse quebra-cabeça."
Um Corpo na Biblioteca
Páginas: 184
“O corpo de uma jovem é encontrado no tapete da biblioteca dos Bantry, às sete da manhã. A vítima é uma completa desconhecida e o casal Bantry decide chamar as autoridades para investigar o caso — e também, é claro, Miss Marple, detetive amadora e amiga da sra. Bantry.
Tudo se complica ainda mais quando chega até eles a notícia de outra adolescente morta, carbonizada dentro de um carro incendiado em uma pedreira. Qual será a possível conexão entre os dois incidentes?"
Assassinato no Expresso Oriente
Páginas: 200
“Nada menos que um telegrama aguarda Hercule Poirot na recepção do hotel em que se hospedaria, na Turquia, requisitando seu retorno imediato a Londres. O detetive belga, então, embarca às pressas no Expresso do Oriente, inesperadamente lotado para aquela época do ano.
O trem expresso, porém, é detido a meio caminho da Iugoslávia por uma forte nevasca, e um passageiro com muitos inimigos é brutalmente assassinado durante a madrugada. Caberá a Poirot descobrir quem entre os passageiros teria sido capaz de tamanha atrocidade, antes que o criminoso volte a atacar ou escape de suas mãos."
A editora Nova Fronteira foi quem começou a lançar essa coleção com vários boxes da autora Agatha Christie, posteriormente, a editora Harper Collins (a mesma editora que detém os direitos de lançamento dos livros da autora em seu país de origem) relançou a coleção, que até então tinha 4 boxes, e segue lançando novos números. Dois deles, aliás, o 7 e o 8, chegam essa semana as lojas nacionais e trazem títulos tão famosos da autora quanto os já lançados.
Conhecida como a Dama do Crime por obras que inventaram os clichês que viriam a ser uma constante em livros, peças de teatros, filmes e quadrinhos, Agatha brilhou soberana na literatura inglesa, em uma época onde à mulher era renegado qualquer direito de ser vista como alguém talentosa e inteligente. Aliás, alguns livros da autora apontam muito do machismo que vemos refletido até hoje (como homens que definem as mulheres como loucas, burras e histéricas, quando, na verdade, em muitos momentos elas se mostram bem perspicazes).
Juntos, os livros lançados pela autora chegaram a vender em todo mundo até mais que a Bíblia, um fenômeno que segue ganhando novos leitores até os dias atuais. Pois, quem aí não gosta de um suspense e de "brinca de detetive" ao ler um livro, hein?
Ela praticamente criou um novo ramo de literatura e, em uma época onde os homens eram os únicos a conseguir seguir carreira como escritores, brilhou ao dar vida a famosos detetives da história da literatura mundial; como o baixinho caricato e bigodudo Hercule Poirot e a velhinha simpática e alcoviteira Miss Jane Marple (mais conhecida como Miss Marple).
Somente um probleminha me intriga nesta coleção e é o fato de os livros não seguirem uma ordem cronológica (como vocês vão poder observar na medida que eu for falando de cada box em separado), já que a editora optou por lançar os maiores sucessos da autora em uma edição primorosa de capa dura e box de igual qualidade (salvo algumas edições "econômicas" onde o box é em papel cartão, embora os livros sejam igualmente em capa dura).
Cada box conta com três sucessos da autora, todos com páginas amareladas (que delícia para ler) e diagramação com fontes serifadas (eu amo de paixão quem diagramou esses livros!), simples, mas maravilhosas e que juntos embelezam qualquer estante.
Livro 1: Morte no Rio Nilo
Este livro conta com a presença do icônico detetive Hercule Poirot, mas não é o primeiro livro da autora a ser lançado com ele. Embora não seja necessário ler os livros dela em sequência, quem começar por esse vai conhecer essa peculiar figura já mostrando exatamente que sabe muito bem o que fazer ao investigar um assassinato curioso.
A trama começa quando Linnet Ridgeway, uma bela jovem, riquíssima e até de certa forma inescrupulosa, casa-se com o homem que era o amor da vida de sua melhor amiga e passa a atender pelo sobrenome de Doyle. Para comemorar essa feliz união, ela viaja com seu marido em um cruzeiro que está passando pelo Egito, as margens do Rio Nilo. Mas o que deveria ser uma viagem agradável, acaba de maneira trágica para a moça.
Porém, espere aí, não vá achando que somente a amiga dela possa ser suspeita do crime, já que os advogados da moça (e seus preceptores) também estão neste cruzeiro e podiam fazer o que bem entendessem da fortuna da garota até que e a se casasse e não estão nada satisfeitos com a união e a morte dela seria boa para eles. E, claro, temos também seu marido, o senhor Doyle, que ganharia muito se sua mulher batesse as botas e esse tiro em sua testa veio muito a calhar.
Poirot, aliás, tem o azar de estar curtindo suas férias neste mesmo cruzeiro e percebe que não terá saída. Ele precisa ajudar a solucionar esse caso ou a verdade poderá nunca ser conhecida e o/a verdadeiro/a acusado/a poderá nunca pagar pelo crime, enquanto um/a inocente sofrerá na cadeira.
Aliás, Agatha é mestre em brincar com a mente de seus leitores (já vou logo avisando). Ela deixa um caminhão de pistas perdidas por toda a obra, coisas as quais você não dá importância quando lê, mas que quando o detetive desvenda tudo lhe faz lembrar exatamente daquele ponto e dar um tapa na testa e pensar: "nossa, estava na minha cara e eu não vi!", e, ao mesmo tempo, ela deixa algumas coisas sem importância também, mas que você passa a achar que são pistas, porém são embustes para sua mente. Essa mulher é simplesmente genial, não há outra definição!
Livro 2: Um Corpo na Biblioteca
Embora a trama seja muito boa, esse livro me deixou um pouco decepcionada pela falta de "revisão". Não que não exista um nome de alguém nomeado para fazer isso, mas acho que a pessoa só pode ter entregue o arquivo errado para a editora, não é possível! O livro tem erros de acentuação, de digitação, de concordância e tantas falhinhas que chegam a dar raiva ao leitor. No entanto, a trama é muito boa e com paciência você segue a leitura e não se decepcionará. Seja forte!
Aqui, quem dá as caras para desvendar o crime é Miss Marple, uma solteirona que desvenda os crimes comparando com situações em que já viveu em sua própria vida. Aliás, quando ela começa a fazer as comparações você logo pensa "que senhora mais senil, não tem nada a ver o que ela está falando com o que aconteceu", mas quando ela vai desenrolando os fatos minuciosamente para você bate aquela vergonha, sabe? Ela estava certinha, foi você que não conseguiu mesmo pegar a deixa.
Esse foi o primeiro livro que li com a personagem e, como no caso anterior, este não é o primeiro no qual ela dá as caras. Para ser bem sincera, neste aqui, ela já tem uma certa fama sobre o que consegue fazer, sabe? Então ela é chamada para ajudar no caso pela dona da casa no qual o corpo de uma mulher é encontrado em sua biblioteca.
A moça, aliás, não era conhecida dos donos da casa. Mas como fazer com que as dúvidas da polícia não caiam justamente nos ombros do dono da casa, não? Afinal, os próprios polícias e a vila toda já estão achando que ele deveria ter um caso com a moça sem a esposa saber e como ele pode provar o contrário se não tem um alibi? Somente Miss Marple será capaz de fazer as exatas conexões e chegar ao local no qual a moça realmente foi morta e descobrir que um outro corpo achado em um carro incendiado em um local perto daquela cidade pode ter conexão com esse caso e não ser algo totalmente diferente como pensa a polícia.
Livro 3: Assassinato no Expresso Oriente
Esse foi o segundo livro da autora que li em minha vida e fiquei extremamente fascinada com o que ela conseguiu aprontar aqui. Ele é tão famoso que já ganhou várias adaptações para o teatro e o cinema. Aliás, em breve, uma nova adaptação para as telonas será lançada e o trailer é fabuloso (eu só achei o bigode de Poirot bem ridículo e ri horrores, mas enfim, ahahaha).
Em uma viagem de trem no famoso e requintando Expresso Oriente todos os quartos do vagão estão lotados por ilustres desconhecidos. E eis que uma noite um deles morre e ao mesmo tempo em que todos possam parecer inocente, somente alguém naquele vagão poderia ter matado a pessoa, já que o trem estava em movimento e não há a possibilidade de ninguém ter vindo de fora e executa-lo.
A primeira vista, todas as pessoas do vagão não teriam nenhum motivo para querer que essa pessoa morresse e ninguém parece ter visto nada. Mas, algo cheira estranho nessa história toda e o detetive Poirot ajudará a polícia a determinar quem dentre essa pessoas é o/a culpado/a.
Aliás, basta o detetive começar a fuçar a vida de cada um deles para TODOS passarem a ser suspeitos do crime. Todo mundo naquele vagão, repito TODO MUNDO, tinha um motivo para querer tal pessoa morta. Mas, quem dentre eles é o que foi mais longe e vingou-se, hein?
Juro solenemente que a ao final deste livro tive que voltar e ler de novo para ver o que é que eu tinha perdido e constatei que era tudo tão óbvio, estava tudo tão esfregado em minha cara o tempo todo e, ao mesmo tempo, era impossível de prever que o final era justamente esse, sabe? Para quem espera ver o filme em breve, que tal começar com esse livro?
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