Terminei de Ler: Comprada por um Lorde


Comprada por um Lorde

Autora: Chirlei Wandekoken
Páginas: 171
Formato: eBook Kindle
Editora: Pedrazul

Como fazia todo verão, lorde Steve, o conde de Ponthieu, passava uma temporada no medieval castelo do amigo Roger de Montgomery: o Arundel Castle. O lorde gostava da vila de Arundel e simpatizava com as pessoas de Sussex. Até que vira lorde Patchetts tentar estuprar uma camponesa, a quem socorrera dando uns bons socos na cara do maldito barão. Depois desse triste acontecimento, ele ficou vários anos longe de Arundel, pois não aceitava que Montgomery mantivesse amizade com tão vil cavalheiro. Mas depois que soube da morte do barão voltou a Sussex para descobrir que a moça do passado não só tinha sido vendida pelo próprio pai para uma casa de prostituição, mas que o maldito camponês estava prestes a negociar sua outra filha, uma linda jovem de 17 anos, e dar-lhe o mesmo fim da filha cortesã. E ele, portanto, resolveu comprá-la. O que acontecerá com Meg Hayes? O que o conde de Ponthieu fará com a jovem que acabara de comprar?
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Como vemos no canto superior direito da capa, esse livro (ou melhor, essa história) foi citada em Quando os Céus Conspiram, outro romance da mesma autora. Como não li citado livro, não posso afirmar se essa história se passa ao mesmo tempo ou logo após aquela, mas tenho a impressão de que em determinado momento elas se cruzam.

Neste livro conhecemos a história de Meg Hayes e Steve, o Conde de Ponthieu. Meg é uma camponesa cujo pai é alcoólatra e gastou tudo que possuía em jogos e bebidas, chegando ao ponto de vender sua própria filha, irmã de Meg (e protagonista de Quando os Céus Conspiram) para uma casa de prostituição em Londres. Agora que ele já gastou tudo o que ganhou naquele negócio e Meg já é uma bela moça, ele quer fazer o mesmo com ela. Steve é um rico nobre inglês que possui muitas propriedades espalhadas pelo país, entre elas uma em Arundel. Quando esta passando uma temporada ali fica sabendo do negócio que John Hayes fez com a cafetina de Londres e corre contra o tempo para impedir a desgraça também da irmã mais jovem, mesmo sem conhecê-la. Trocando apenas breves palavras com o pai da moça, o Conde logo percebe que tipo de homem ele é, e basta lhe oferecer uma quantia consideravelmente maior do que a cafetina havia pago para poder levar a moça e seu irmão mais novo consigo. Mas agora Steve tem um problema: o que fazer com Meg e seu irmãozinho? Como o povo da região já começa a falar, ele decide que o melhor é arrumar uma preceptora para Meg e se afastar deles.
Enquanto o Conde de Ponthieu tem sua personalidade bem definida logo de início, como sendo um homem na casa dos seus 30 e poucos anos, justo, que procura ajudar as pessoas e fazer o bem, tudo o que sabemos de Meg é que ela tem 17 anos. Conhecemos uma menina assustada e resignada com sua situação, que acredita em tudo o que falam, muito ingênua. Durante os poucos diálogos que ela tem com o Conde de Ponthieu, mostra-se muito inteligente e interessada em aprender, mas durante os períodos que está sozinha, percebemos muita insegurança e conflitos internos. Uma típica adolescente, é o que ela é. Tanto é que desde o primeiro momento ela se apaixona por seu salvador, mesmo que tente negar isso. Já Steve, além de negar que se sente atraído pela jovem dama, é um daqueles típicos lordes ingleses que jurara nunca se casar e blá, blá, blá... Esse é um romance de época então nós meio que já sabemos como vai terminar. O que vale a pena ressaltar é o desenrolar da história, e em especial, a escrita desta nova autora, que descobri recentemente.

Chirlei Wandekoken é jornalista e editora chefe da Pedrazul Editora. Só descobri isso depois de ler esse livro e isso me deixou com a impressão de que, por ela ser parte da editora, a revisão do livro  por parte da editora (se é que existiu) não foi tão crítica quanto deveria. Li pelo Kindle Unlimited, então não julgo ser problema de uma "cópia não autorizada" do livro, mas o número de erros de digitação, acarretando até em palavras erradas me surpreendeu, pois pareceu mesmo que eu lia uma cópia feita as pressas, além da formatação que em diversos momentos misturava pensamentos, diálogos e narrativa. 

A linguagem empregada é simples, direta e objetiva, pouco descritiva. A ideia central da história é boa, uma jovem que se apaixona por seu herói e o nobre que não se permite se apaixonar por uma dama bem mais jovem e de classe social inferior. Infelizmente o desenvolvimento deixou muito a desejar. O começo é bom, leva seu tempo, mas a partir de certo ponto temos a impressão de que muitos fatos são 'jogados' na história. Ok, isso dá uma agitada na história, mas ficou um pouco confuso, corrido e em alguns momentos até desnecessário. Uma das histórias paralelas que temos nesse livro poderia ter sido muito melhor desenvolvida, pois teve um começo e uma problematização muito bons, mas passa a impressão de que, nas últimas páginas tudo o que a autora queria era resolver e colocar logo um ponto final ali. E o mesmo acontece com a história de Meg e Steve: Começou interessante, estava indo bem, e de repente passou a impressão de que a autora não sabia como terminar a história, como se ela tivesse iniciado um final, desistiu e fez outro. Além de usar a mesma "justificativa" para encerrar as duas histórias a que me refiro (quem ler vai entender).

Este foi o primeiro livro que li da autora e pretendo ler os outros que estão disponíveis no Kindle Unlimited em breve, pois tenho a impressão de que ela tem muito potencial. Espero que A Estrangeira, livro que foi publicado em formato físico pela Pedrazul Editora não apresente os problemas que me incomodaram neste, que está disponível apenas em formato digital.

Por último gostaria de deixar minha opinião sobre a capa do livro: cores, fontes e a imagem da parte inferior, ok. Mas a foto do casal na parte superior me incomoda um pouco, pois em uma primeira olhada passa a impressão de que o homem está com uma camiseta branca e que o vestido da moça é muito moderno para um romance de época. Sei que não dá para ver direito, até por ser um livro apenas digital, mas se tratando de um romance de época eu preferia não ter a impressão da foto ser atual.

Notas: Capa 3/5; Ideia 4/5; Personagens 3/5; Desenvolvimento 3/5, Conclusão 3/5; Revisão 3/5

QUOTES
- Meg, querida. Ouça-me: não há conquista sem dor, não há vitoria sem luta, um dia você me dará razão

O infortúnio o transformara num homem duro, se tivesse o tornado flexível em vez de endurecê-lo, teria sido melhor, pois uma substância dura partia-se facilmente, ao contrário da maleável que aparentemente frágil, dobrava-se ao vento, mas voltava ao centro.

...vivia um dia após o outro tirando dele tudo que ele pudesse oferecer. Não esperava nada e recebia muito.


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