Terminei de Ler: Até Que A Culpa Nos Separe

Até Que A Culpa Nos Separe
Autora: Liane Moriarty
Tradução: Julia Sobral Campos
Páginas: 464
Editora: Intrínseca


Amigas de infância, Erika e Clementine não poderiam ser mais diferentes. Erika é obsessivo-compulsiva. Ela e o marido são contadores e não têm filhos. Já a completamente desorganizada Clementine é violoncelista, casada e mãe de duas adoráveis meninas. Certo dia, as duas famílias são inesperadamente convidadas para um churrasco de domingo na casa dos vizinhos de Erika, que são ricos e extravagantes.

Durante o que deveria ser uma tarde comum, com bebidas, comidas e uma animada conversa, um acontecimento assustador vai afetar profundamente a vida de todos, forçando-os a examinar de perto suas escolhas - não daquele dia, mas da vida inteira.

Em Até Que a Culpa Nos Separe, Liane Moriarty mostra como a culpa é capaz de expor as fragilidades que existem mesmo nos relacionamentos estáveis, como as palavras podem ser mais poderosas que as ações e como dificilmente percebemos, antes que seja tarde demais, que nossa vida comum era, na realidade, extraordinária.



Eu gosto bastante dos livros da Liane Moriarty, ela é uma autora australiana que consegue fazer aquele tipo de literatura que te deixa agoniada, com vontade de terminar o livro de uma vez e ao mesmo tempo não querendo que acaba. Todos os livros dela envolvem muitas pessoas que, a princípio, parecem não ter relação entre si, mas que uma casualidade amarra a vida de todas elas de forma tensa e urgente.

Ela tem um jeito de contar as coisas em etapas, sempre dando capítulos a cada um dos personagens da trama para desenvolverem-se em separado e,ao mesmo tempo, introduzindo-os na história alheia; intercalados com capítulos que remetem ao drama de ápice, o que mudou a vida de todo esse pessoal. A agonia para saber o que aconteceu nesse "dia" em comum é grande, mas você só vai descobrindo aos poucos e arrepiar-se e colocar a mão na boca de espanto é frequente. É aquele tipo de literatura que não dá para ficar apenas lendo não, você sente o que eles sentem, querendo ou não, eheheh.

Temos 3 famílias neste livro e cada uma delas tem "um jeito de encarar a vida" bem diferente das demais. Clementine é uma violoncelista que se casou com Samuel, ou apenas Sam para os íntimos, que trabalha atualmente no ramo de energéticos e juntos tem duas filhas espoletas Ruby e Holly, duas meninas pequenas, sendo que a menorzinha ainda usa fraldas. Érika, amiga de infância de Clementine, é uma contadora casada com Oliver, que está na mesma profissão, e não possuem filhos, embora sejam quase que mais responsáveis pelas filhas da amiga que os próprios pais delas.  A dupla de contadores é vizinho de Harry, um senhor de idade que se dá bem apenas com Oliver, mas que implica terrivelmente com o casal mais velho da trama Vid (que está em seu segundo casamento e possui três filhas mais adultas do antigo matrimonio) e Tiffany, que juntos possuem a quase adolescente Dakota, uma menina que vive em seu mundinho de leitura e não é nada socializável como seus pais.

Mas, não pense que todos eles estão imunes a atribulações da vida, cada um deles tem traumas traumas e atribulações que os transformaram em quem são agora e todos estão lutando suas próprias batalhas, mesmo que aparentem sempre estar seguros de si. Há histórias por trás de cada amizade e experiências sofridas por cada um deles que parecem não ter sido superadas com o tempo.

Tudo o que Érika e Oliver queriam era um chá para conversar com Clementine e Sam sobre um assunto delicado. Como são amigas de infância e ela daria a vida pela amiga, ela acredita que possa pedir isso sem problemas, mas talvez a amizade delas não seja uma via de mão dupla como ela pensava e, para não chatear o marido, Érika acaba tendo que guardar para si algo que a magoa muito.

Mas, para piorar, aquela conversa não seria só uma conversa. O vizinho de Érika e Sam, Vid, um tipo sociável que que adora uma festa, convidou aos quatro para um churrasco em sua magnífica casa para aquele dia e até manda sua menina ir buscá-los "por conta da demora". Vid e Tiffany parecem ser os verdadeiros amigos de Clementine e Sam, não Érika e Oliver, que se sentem deslocados no churrasco em vista dos acontecimentos.

Dakota, a filha dos anfitriões, até estava se divertindo com Ruby e Holly, filhas de Clementine, mas como é mais retraída, chega uma hora que acaba deixando as meninas aos cuidados dos próprios pais e é nessa hora que uma tragédia está a ponto de acontecer. Oliver praticamente se escondeu, preocupado com a esposa, ele só quera sair dali; Érika não se sentia bem, mas tentou cooperar para não dar tão na cara que ouviu sim a conversa atrás da porta; Vid está tentando impressionar Clementine; enquanto Tiffany e Sam acabam se enturmando facilmente. Conversa vai, conversa vem e segredos são revelados, mas a tragédia bate a porta e uma criança pode morrer pela negligência dos pais.

Confesso que eu queria contar bem mais e fazer uma análise de cada um dos personagens, mas acho que isso seria um spoiler, certo? Então deixarei-os na curiosidade mesmo. Mas, claro, se leem podem me procurar e vamos "trocar opiniões" sobre todo esse pessoal. E, já aviso, esse é daqueles livros que deixar de ladinho para dormir é extremamente complicado, embora o começo pareça um pouco confuso.

Um comentário

  1. Ainda não li, parece ser bem interessante :D

    http://submersa-em-palavras.blogspot.com.br/

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