Autor: George R. R. Martin, Patrick Ruthfuss, Gilliam Flynn, Neil Gaiman e outros
Editora: Saída de Emergência
Páginas: 480
Com histórias de Joe Abercrombie, Gillian Flynn, Matthew Hughes, Joe R. Lansdale, Michael Swanwick, David Ball, Carrie Vaughn, Scott Lynch, Bradley Denton, Cherie Priest, Daniel Abraham, Paul Cornell, Steven Saylor, Garth Nix, Walter Jon Williams, Phyllis Eisenstein, Lisa Tuttle, Neil Gaiman, Connie Willis, Patrick Rothfuss e George R.R. Martin o livro traz contos que não são preto e nem branco, contos com todos os tons de cinza. 21 histórias com reviravoltas astutas e deslumbrantes nessa galeria de histórias de vilões que vão saquear seu coração e ainda deixá-lo mais rico a cada história.
Continuando o Especial GOT Aquecimento Season 7, resenha deste livro com contos de Martin e outros:
O Príncipe de Westeros e Outras Histórias, é uma coletânea editada por George R. R. Martin, contendo contos dele e de alguns outros autores, alguns desses contos são do mesmo universo de algumas series, tipo o conto O Príncipe de Westeros que faz parte do Mundo de Gelo e Fogo criado por Martin.
Na verdade bem pouco contos são de algum universo que não existia antes dos mesmo, porém antes de cada conto temos um resumo da vida de cada autor e um pouco sobre o universo do conto para no situarmos e isso nos ajuda a entender mais a história, mas isso me fez não ler todo os contos mesmo assim, deixei a leitura de A Árvore Reluzente para ler quando ler a serie de Patrick Ruthfuss.
Ai vai um pouco sobre o que achei dos contos:
O PRÍNCIPE DE WESTEROS
Bem o conto é muito interessante, mas por não ser em forma de narrativa (com diálogos e tals) e sim um relato de um meistre, foi meio decepcionante. Porém foi ótimo saber mais um pouco sobre o reinado dos Targaryen, com mais foque em Viserys I, sua filha Rhaenyra, seu irmão Daemon.
O conto se passa um pouco antes de 'A Dança Dos Dragões', e nos mostra as sementes da discórdia que foram plantadas entre os Targaryens da época e que teve como final, o trágico acontecimento que chamamos de ‘Dança dos Dragões’, porém não conta essa parte, que seria a melhor, uma pena isso, pois de longe, tornaria o conto muito melhor.
Parte que mais gostei:
Sem dúvida nenhuma a parte quando o meistre conta a versão do anão Cogumelo sobre o Rei Viserys ter manda seu irmão sair da corte pela segunda vez (com direito a o príncipe e ele mesmo ensinando para a princesa Rhaenyra a arte da sedução) foi a melhor, ri demais nessa parte.
OBS: Nota de 0 à 5: 3, pois foi um pouco decepcionante.
QUOTES
"Era neto de rei, irmão de rei, marido de uma rainha. Dois de seus filhos e três de seus netos se sentariam no Trono de Ferro, mas a única coroa envergada por Daemon Targaryen seria a coroa de Passopedra, um reino miserável que ele criara com sangue, aço, fogo de dragão, mas logo abandonara."
"A história contada por Cogumelo é muito mais depravada. De acordo com o anão, era Sor Criston Cole que a princesa desejava, não o príncipe Daemon, mas Sor Criston era um verdadeiro cavaleiro, nobre, casto e atento aos seus votos, e, embora estivesse na companhia dela dia e noite, sequer a havia beijado, nem mesmo dissera que a amava. 'Quando olha para você, vê a garotinha que era, não a mulher que se tornou”, Daemon disse à sobrinha, “mas eu posso ensinar-lhe como fazê-lo vê-la como uma mulher.'
Ele começou dando lições de beijos, comenta Cogumelo. Daí, o príncipe continuou para mostrar à sobrinha como melhor tocar um homem para lhe dar prazer — um exercício que às vezes envolvia o próprio Cogumelo e seu membro supostamente enorme. Daemon ensinou a garota a se despir com sedução, sugou suas tetas para deixá-las mais sensíveis e voou com ela nas costas do dragão até rochedos desertos na Baía da Água Negra, onde podiam divertir-se nus sem serem observados e a princesa podia praticar a arte de dar prazer a um homem com a boca. À noite, ele a tirava dos aposentos vestida como pajem e a levava aos bordéis na Rua da Seda, onde a princesa podia observar homens e mulheres no ato de amor e aprender as “artes femininas” com as meretrizes de Porto Real."
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COMO O MARQUÊS RECUPEROU SEU CASACO
Olha não vou mentir, não acabei de ler o conto, achei ele chato e meio confuso (não sei se era porque não li 'Lugar Nenhum' obra de Neil Gaiman que se passa no mesmo universo) e achei o protagonista, o Marquês do título, chatinho.
Pelo pouco que li (li o começo e o fim): O conto como o próprio título sugere, é sobre um Marquês que está a procura de seu casaco, mas é claro que não é só isso sue acontece no conto, o Marquês passa por altos e baixos na procura de seu precioso casaco, se ele irá encontrá-lo, vocês terão que ler o conto.
OBS: Mesmo sem ter lido tudo, aí vai minha nota: 3 de 5.QUOTES
"Vai me forçar a dizer SHHH para calar essa boca - disse ele (O Marquês). - Ou PUTZ. Até hoje nunca tive o menor anseio de dizer PUTZ. Mas posso senti-lo agora mesmo crescendo dentro de mim..."
"... Parou por um momento e pensou sobre as pessoas e sobre as coisas, e sobre o quanto era difícil fazer algo pela 1ª vez..."
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PROVIDÊNCIA
Mais um conto não lido, pois também não gostei do protagonista e nem da história.
Que é sobre um dono de una galeria de arte em NY que encontra um quadro que fora perdido na Segunda Guerra Mundial.
OBS1: Nota 2 de 5.
OBS2: SEM QUOTES NESSE CONTO.
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QUAL É SUA PROVISÃO
Olha, esse conto foi uma grata surpresa, após ler 3 dos contos do livro e não ter gostado ou desistido, estava quase desistindo de ler o livro, mas esse conto de autoria de Gillian Flynn me surpreendeu bastante.
Ele conta a história de 'Nerd' uma moça que teve uma infância difícil, sua mãe era uma preguiçosa, que no lugar de trabalhar, mendigava e via reality shows e por isso ela aprendeu a 'arte de mendigar' e também de ler as pessoas, com o tempo ela vai trabalhar num bordel que também era uma Casa de Adivinhação. Ela não começa a atender seus clientes com sexo e sim com punhetas, mas com o tempo ela resolve sair, mas sua chefe a coloca como 'vidente', então ela começa a atender como uma 'psicóloga intuitiva' que é quem 'lê' as pessoas e tenta aconselhar elas.
Com o tempo trabalhando como psicóloga intuitiva, ela conhece Susan que está tento problemas com seu enteado, pois acabaram de se mudar do subúrbio para cidade.
Nerd resolve ajudar Susan e vai na casa dela, um tempo passa e a história tem uma reviravolta incrível, que eu sinceramente não esperava, porém o final foi meio paia, acho que eu precisava de mais coisas nele.
Nota: 5 de 5, mesmo não tendo gostado do final, pois de longe foi o melhor conto em 100 páginas de livro.
QUOTES
"...Portanto, não dê ouvidos àquela cadela da Shardelle quando ela diz que eu saí porque não tinha talento.
Saí porque, quando você bate 23.546 punhetas em um período de três anos, a síndrome do
túnel do carpo se torna uma realidade."
"Entrei para minha profissão honestamente. Talvez “naturalmente” seja a melhor palavra.
Não fiz muitas coisas honestas na vida. Fui criada na cidade por uma mãe caolha (a frase de
abertura das minhas memórias), e ela não era uma senhora legal. Não tinha problemas com
drogas ou álcool, mas tinha problemas com trabalho. Era a vaca mais preguiçosa que já
conheci. Duas vezes por semana, ficávamos nas ruas do centro da cidade, mendigando. Como
minha mãe odiava ser certinha, queria ser estratégica com a coisa toda. Receber o máximo de
dinheiro no mínimo de tempo possível e, em seguida, ir para casa para comer bolo e assistir
reality-shows de tribunal na TV, sentada em nosso colchão rasgado e manchado..."
"Minha mãe e eu nos vestíamos combinando com tudo isso. Ela tinha um belo vestido de
algodão desbotado e surrado, mas que gritava decência. Vestia-me com tudo o que não me
servia mais. Ficávamos sentadas em um banco, procurando a pessoa certa para pedir esmola.
É um plano bem simples. A primeira opção é um ônibus da igreja de outra cidade. Os locais
acabam mandando você procurar a paróquia. Quem é de fora normalmente tem que ajudar,
ainda mais se for uma senhora caolha com uma filha de aparência triste. A segunda opção são
mulheres em dupla. (Mulheres sozinhas podem se desviar rapidamente; várias são mais
difíceis de conter.) A terceira opção é uma mulher sozinha que tem aquela aparência receptiva.
Você sabe: a mesma para quem você pede informação ou a hora; é para ela que pedimos
dinheiro. Também homens jovens com barba ou violão. Não pare homens de terno: o clichê
está correto, são todos babacas. Também ignore os anéis de polegar. Não sei o que é, mas
homens com anel de polegar nunca ajudam.
Quem escolhíamos? Não os chamávamos de alvos ou presas ou vítimas. Nós os
chamávamos de Tonys, porque meu pai se chamava Tony e não conseguia dizer não a ninguém
(embora, presumo, tenha dito não a minha mãe pelo menos uma vez, quando ela lhe pediu para ficar).
Quando você para um Tony, consegue descobrir em dois segundos de que forma mendigar.
Alguns querem que termine rápido, como um assalto. Você fala sem parar: “Precisamos de
dinheiro para comer você tem um trocado?” Outros querem deleitar-se com seu infortúnio. Só
darão o dinheiro se você lhes der algo com que se sintam melhor, e quanto mais triste for sua
história, melhor se sentirão por ajudar, e mais dinheiro você ganha. Não os culpo. A gente vai
ao cinema porque quer se divertir."
"Minha mãe era astuta, porém preguiçosa. Eu era muito mais ambiciosa. Tinha muita
perseverança e nenhum orgulho. Aos 13 anos, eu mendigava centenas de dólares a mais que
ela por dia e, aos 16, deixei minha mãe, as manchas e a TV — e, sim, a escola — e fui viver
por conta própria. Eu saía todas as manhãs e mendigava durante seis horas. Sabia quem
abordar, por quanto tempo e exatamente o que dizer. Nunca senti vergonha. O que eu fazia era pura negociação: recebia dinheiro em troca de fazer a pessoa se sentir bem."
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OBS: A partir daqui os contos melhoram o muito, tirando o ultimo que era O Príncipe de Westeros:
UM JEITO MELHOR DE MORRER
Este conto é sobre um ex militar, Hamilton, ele está numa idade avançada já, e vive remoendo sobre o eu e irão fazer com ele.
Num dia, ele é convidado para ir na casa Cliveden, lá ele descobre se seu eu mais novo (explicado abaixo) sequestrou uma arauta e ele tem que ir atrás deles. Mas será o que Hamilton irá fazer? Será ele capaz de matar seu dopperganger?
Num dia, ele é convidado para ir na casa Cliveden, lá ele descobre se seu eu mais novo (explicado abaixo) sequestrou uma arauta e ele tem que ir atrás deles. Mas será o que Hamilton irá fazer? Será ele capaz de matar seu dopperganger?
Enquanto acompanhamos Hamilton no presente, descobrimos coisas sobre seu passado, e com elas mais coisas sobre esse mundo, como por exemplo que existem mundos paralelos, que são iguais uns aos outros a não ser no fato de eu e neles você poderá conhecer una versão mais jovem ou velha de si mesmo, isso ocorre com Hamilton, que não se sente bem com isso.
O mundo que Paul Cornell é bem interessante, ele faz parte de um universo que o autor criou (pegar parte em que explicam isso), nessa história, existe outros seres na terra, os Forasteiros
Nota: 4/5, pois o final foi paia demais.
QUOTES
"...Eram os lugares para onde os indivíduos que haviam perdido muito de suas almas no grande jogo, a ponto de terem que mudar de lado, eram levados. Casas como essa eram os lugares onde esses infelizes podiam entrar para se livrarem dos fardos que os oprimiam, onde suas palavras ajudariam a restabelecer o equilíbrio que suas ações haviam perturbado. Casas como essa também eram lugares onde oficiais como ele eram entrevistados após serem feridos ou depois de uma missão fracassada. E finalmente, sempre finalmente, eram lugares de onde pessoas como ele,
às vezes, não retornavam...."
"Começou a sentir uma raiva mais profunda — um sentimento sem nome, inútil — do que qualquer sensação que já havia sentido antes."
"Mas um pensamento ainda lhe surgiu na cabeça: aqueles que tinham sua vida nas mãos não
pareciam valorizar tanto o equilíbrio nos dias de hoje, não é?
Tal pensamento era como se uma morte muito maior estivesse à sua espera.
Se o mundo estivesse tentando instigá-lo a derrubar seu próprio castelo de cartas, tal coisa
ocorria porque isso era tudo que as pessoas pareciam estar fazendo agora. Ele estava
hesitando em seu propósito, realmente hesitando. Havia encarado sua vida como se fosse um
castelo de cartas.
Talvez o mundo estivesse morrendo também.
Talvez todas as pessoas da sua idade se sentissem assim..."
"— A maioria das pessoas teria muitas perguntas a fazer — disse o jovem Hamilton.
— A natureza da inocência é questionar. A natureza do dever é aceitar. - Hamilton (Velho)"
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às vezes, não retornavam...."
"Começou a sentir uma raiva mais profunda — um sentimento sem nome, inútil — do que qualquer sensação que já havia sentido antes."
"Mas um pensamento ainda lhe surgiu na cabeça: aqueles que tinham sua vida nas mãos não
pareciam valorizar tanto o equilíbrio nos dias de hoje, não é?
Tal pensamento era como se uma morte muito maior estivesse à sua espera.
Se o mundo estivesse tentando instigá-lo a derrubar seu próprio castelo de cartas, tal coisa
ocorria porque isso era tudo que as pessoas pareciam estar fazendo agora. Ele estava
hesitando em seu propósito, realmente hesitando. Havia encarado sua vida como se fosse um
castelo de cartas.
Talvez o mundo estivesse morrendo também.
Talvez todas as pessoas da sua idade se sentissem assim..."
"— A maioria das pessoas teria muitas perguntas a fazer — disse o jovem Hamilton.
— A natureza da inocência é questionar. A natureza do dever é aceitar. - Hamilton (Velho)"
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UM ANO E UM DIA NA VELHA THERADANE
O conto é sobre um grupo de ex ladrões, liderados por Amarelle, porquê ex ladrões? Bem porque quando Amarelle e seu grupo foram presos, eles se renderam e retornaram cidadãos exemplares de Theradane.
O mundo de Theradane vive uma guerra entre magos, e numa noite de bebedeira, após 2 amigos quase morrerem, Amarelle imprudentemente vai à casa de Ivovandas, uma das magas mais poderosas, pedir gentilmente que acabem com essa guerra.
Porém a jovem ex ladra estava muito embriagada e causou maior fuzuê na casa de Ivovandas, inclusive ameaçou ela.
Com isso a magia propõe uma troca, Amarelle terá que voltar a roubar para ter seu pedido atendido e para não ser morta, afinal no contrato de rendição ela não poderia ameaçar ninguém do Parlamento e infelizmente Ivovanda é do Parlamento.
Mas Amarelle, não terá que roubar algo simples, e sim algo inusitado, terá que roubar uma RUA, isso mesmo que leram, uma rua! Será que Amarelle conseguirá roubar a rua?! E como ela vai fazer isso? Bem não vou dizer como, só direi que toda a trama envolta das tentativas de roubar a rua é engraçada demais e que o final foi surpreendente.
Aliás, explicando o porquê do roubo da rua, ela não é uma rua simplesmente, a Rua da Prosperidade é um loci, que é um local que dá poder aos magos, e essa em especial é o loci do maior inimigo da Ivovandas.
Porém a jovem ex ladra estava muito embriagada e causou maior fuzuê na casa de Ivovandas, inclusive ameaçou ela.
Com isso a magia propõe uma troca, Amarelle terá que voltar a roubar para ter seu pedido atendido e para não ser morta, afinal no contrato de rendição ela não poderia ameaçar ninguém do Parlamento e infelizmente Ivovanda é do Parlamento.
Mas Amarelle, não terá que roubar algo simples, e sim algo inusitado, terá que roubar uma RUA, isso mesmo que leram, uma rua! Será que Amarelle conseguirá roubar a rua?! E como ela vai fazer isso? Bem não vou dizer como, só direi que toda a trama envolta das tentativas de roubar a rua é engraçada demais e que o final foi surpreendente.
Aliás, explicando o porquê do roubo da rua, ela não é uma rua simplesmente, a Rua da Prosperidade é um loci, que é um local que dá poder aos magos, e essa em especial é o loci do maior inimigo da Ivovandas.
Com o passar do conto, sabemos mais sobre o grupo de Amarelle, sobre um amigo dela que morreu (Scavius, que também era do grupo dela), que foi após a morte dele que eles foram presos e ela se rendeu.
Primeiro conto em que gosto de todos os personagens presentes, Amarelle a principal, é MARAVILHOSA demais, amei muito ela é fiquei muito feliz com o final que teve, seus amigos também são muito bons, não teve como eu não amar o casal Sophara e Brandwin, que são lésbicas, e nem Jade, que é MUITO inteligente e é basicamente a pessoa por trás do plano final de tentar roubar a rua.
MELHOR CONTO EVER, não teve como eu não 'gritar' isso, conto bem simples esse escrito por Scott Lynch, com uma história bem simples, engraçada, porém MARAVILHOSA demais, e o melhor de tudo não é cansativo e termina magistralmente nos deixando um gostinho de quero mais na boca.
Nota: Com toda certeza 5/5 + fav.
QUOTES
"...As estátuas em si não a incomodavam, nem mesmo as luzes. E daí que a cidade iluminava
algumas de suas ruas e pontes com as almas inconfessas dos condenados, ligados para sempre
a esculturas melodramáticas com placas idiotas? Não, o problema era o que aqueles espíritos
inquietos sussurravam para os pedestres.
Olhe para mim, coração pulsante, e testemunhe o preço que pago por meus juramentos
quebrados.
— Vá se foder, Bolar — resmungou Amarelle. — Eu não estou conspirando para derrubar
o Parlamento do Conflito.
Seja prudente, enquanto seu sangue ainda é quente, e observe o preço eterno da minha
ganância e chacina!
— Eu não tenho uma família para envenenar, Camira.
Amarelle, murmurou a última estátua à esquerda, deveria ser você aqui em cima, sua puta
desleal..."
"— Eu não deveria estar de ressaca? -Amarelle
— Eu a removi enquanto você dormia — disse Ivovandas. — Tenho uma coleção de doenças engarrafadas. Sua ressaca prometia ser lendária. Aqui haveria dragões! E por “aqui”
eu quero dizer “exatamente atrás dos seus olhos”, provavelmente pelo resto da semana. Vou
encontrar outra cabeça onde colocá-la, algum dia... - Ivovandas"
"...Você me confundiu com alguém que sabe o que está acontecendo.
Comece pela parte em que fui magnífica. - Amarelle
— Eu nunca tinha sido tão extensivamente insultada! No meu próprio saguão de entrada,
nada mais, nada menos, antes que nós ao menos tivéssemos chegado ao escritório. Você me
concedeu uma explicação selvagem e perspicaz de todas as minhas falhas de caráter, a maioria delas imaginária, e então me deu as orientações mais firmes possíveis sobre como eu e meus colegas deveríamos conduzir nossos assuntos daqui para a frente, para a sua conveniência e a dos seus amigos. - Ivovandas"
"Sorrindo, Ivovandas conjurou um cristal azul que zumbia e usou-o para projetar uma
imagem nítida e de boa qualidade no ar ao lado da cama. Era Amarelle, com seu casaco preto,
encharcada com chuva mágica fumegante, movendo as mãos em gestos firmes enquanto
bradava:
— E outra coisa, sua puta trovejante venenosa com cara de leite! NINGUÉM joga um
vorpilax morto nos meus amigos, NINGUÉM! O que você joga nos outros membros do seu
clubinho de puxa-sacos de chapéus pontudos é assunto de vocês, mas, da próxima vez que
você resolver brincar com as vidas de cidadãos inocentes, é melhor trancar as suas portas,
vestir o seu corselete de ferro mais resistente e contratar alguém para provar as suas comidas
antes de você, deu para entender?
A imagem se desfez."
"— Eu tenho 310 anos — disse Ivovandas — e aprendi algumas palavras novas ontem à
noite! Ah, nós estávamos nos divertindo tanto, até que eu fui pessoalmente ameaçada."
"... — Rua da Prosperidade. No Portão da Fortuna. Perto do Velho Parlamento.
— Eu ouvi da primeira vez — retrucou Amarelle. — Mas o que você... ah, não. Você não
fez isso. Você não acabou de insinuar essa insinuação!
— Eu quero que você roube a rua da Prosperidade — disse Ivovandas. — A rua inteira.
Todo o seu comprimento. Cada tijolo e pedra dela. Ela deve deixar de existir. Ela deve ser
removida de Theradane.
— Essa rua tem quase trezentos metros de comprimento, e é no coração de um distrito tão
importante e regado de dinheiro que nem mesmo vocês, lunáticos, a explodem nas suas
guerrinhas, além de ser movimentada o dia inteiro!
— Então seria interessante removê-la sem fazer estardalhaço — comentou Ivovandas. —
Mas isso é problema seu, de qualquer maneira, e eu não suponho que deva lhe dar qualquer
conselho sobre uma questão que é uma das suas poucas especialidades.
— É... É... uma... RUA.
— E você é Amarelle Parathis..."
"... — O Parlamento do Conflito caga destruição aleatoriamente nesta cidade, chefe. —
Shraplin abriu as mãos. — Quão mais inseguros nós podemos ficar? Francamente, dois anos e
meio de quietude são o bastante para o meu gosto.
— Sim — concordou Sophara. — Guarde os seus sentimentos delicados, Amarelle. Você
sabe que nós não deixaríamos você... ah, espere. Sua sacola sensual de seios e açúcar! Você
não veio aqui só pelos nossos conselhos! Você usou a sua expressão honrada para que nós nos
comprometêssemos sem ter o prazer de vê-la implorar!
— E vocês caíram nessa. — Amarelle sorriu. — Então está decidido, nós largamos a
aposentadoria e vamos roubar uma rua. Se alguém se importar em me dizer como diabos isso
vai funcionar, a caixinha de sugestões está aberta."
"Amarelle permaneceu sozinha sob a luz branca do que quer que tivesse sobrado de Scavius. O que ele sussurrou para ela naquela hora, ela manteve para si."
"...As estátuas em si não a incomodavam, nem mesmo as luzes. E daí que a cidade iluminava
algumas de suas ruas e pontes com as almas inconfessas dos condenados, ligados para sempre
a esculturas melodramáticas com placas idiotas? Não, o problema era o que aqueles espíritos
inquietos sussurravam para os pedestres.
Olhe para mim, coração pulsante, e testemunhe o preço que pago por meus juramentos
quebrados.
— Vá se foder, Bolar — resmungou Amarelle. — Eu não estou conspirando para derrubar
o Parlamento do Conflito.
Seja prudente, enquanto seu sangue ainda é quente, e observe o preço eterno da minha
ganância e chacina!
— Eu não tenho uma família para envenenar, Camira.
Amarelle, murmurou a última estátua à esquerda, deveria ser você aqui em cima, sua puta
desleal..."
"— Eu não deveria estar de ressaca? -Amarelle
— Eu a removi enquanto você dormia — disse Ivovandas. — Tenho uma coleção de doenças engarrafadas. Sua ressaca prometia ser lendária. Aqui haveria dragões! E por “aqui”
eu quero dizer “exatamente atrás dos seus olhos”, provavelmente pelo resto da semana. Vou
encontrar outra cabeça onde colocá-la, algum dia... - Ivovandas"
"...Você me confundiu com alguém que sabe o que está acontecendo.
Comece pela parte em que fui magnífica. - Amarelle
— Eu nunca tinha sido tão extensivamente insultada! No meu próprio saguão de entrada,
nada mais, nada menos, antes que nós ao menos tivéssemos chegado ao escritório. Você me
concedeu uma explicação selvagem e perspicaz de todas as minhas falhas de caráter, a maioria delas imaginária, e então me deu as orientações mais firmes possíveis sobre como eu e meus colegas deveríamos conduzir nossos assuntos daqui para a frente, para a sua conveniência e a dos seus amigos. - Ivovandas"
"Sorrindo, Ivovandas conjurou um cristal azul que zumbia e usou-o para projetar uma
imagem nítida e de boa qualidade no ar ao lado da cama. Era Amarelle, com seu casaco preto,
encharcada com chuva mágica fumegante, movendo as mãos em gestos firmes enquanto
bradava:
— E outra coisa, sua puta trovejante venenosa com cara de leite! NINGUÉM joga um
vorpilax morto nos meus amigos, NINGUÉM! O que você joga nos outros membros do seu
clubinho de puxa-sacos de chapéus pontudos é assunto de vocês, mas, da próxima vez que
você resolver brincar com as vidas de cidadãos inocentes, é melhor trancar as suas portas,
vestir o seu corselete de ferro mais resistente e contratar alguém para provar as suas comidas
antes de você, deu para entender?
A imagem se desfez."
"— Eu tenho 310 anos — disse Ivovandas — e aprendi algumas palavras novas ontem à
noite! Ah, nós estávamos nos divertindo tanto, até que eu fui pessoalmente ameaçada."
"... — Rua da Prosperidade. No Portão da Fortuna. Perto do Velho Parlamento.
— Eu ouvi da primeira vez — retrucou Amarelle. — Mas o que você... ah, não. Você não
fez isso. Você não acabou de insinuar essa insinuação!
— Eu quero que você roube a rua da Prosperidade — disse Ivovandas. — A rua inteira.
Todo o seu comprimento. Cada tijolo e pedra dela. Ela deve deixar de existir. Ela deve ser
removida de Theradane.
— Essa rua tem quase trezentos metros de comprimento, e é no coração de um distrito tão
importante e regado de dinheiro que nem mesmo vocês, lunáticos, a explodem nas suas
guerrinhas, além de ser movimentada o dia inteiro!
— Então seria interessante removê-la sem fazer estardalhaço — comentou Ivovandas. —
Mas isso é problema seu, de qualquer maneira, e eu não suponho que deva lhe dar qualquer
conselho sobre uma questão que é uma das suas poucas especialidades.
— É... É... uma... RUA.
— E você é Amarelle Parathis..."
"... — O Parlamento do Conflito caga destruição aleatoriamente nesta cidade, chefe. —
Shraplin abriu as mãos. — Quão mais inseguros nós podemos ficar? Francamente, dois anos e
meio de quietude são o bastante para o meu gosto.
— Sim — concordou Sophara. — Guarde os seus sentimentos delicados, Amarelle. Você
sabe que nós não deixaríamos você... ah, espere. Sua sacola sensual de seios e açúcar! Você
não veio aqui só pelos nossos conselhos! Você usou a sua expressão honrada para que nós nos
comprometêssemos sem ter o prazer de vê-la implorar!
— E vocês caíram nessa. — Amarelle sorriu. — Então está decidido, nós largamos a
aposentadoria e vamos roubar uma rua. Se alguém se importar em me dizer como diabos isso
vai funcionar, a caixinha de sugestões está aberta."
"Amarelle permaneceu sozinha sob a luz branca do que quer que tivesse sobrado de Scavius. O que ele sussurrou para ela naquela hora, ela manteve para si."
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A CARAVANA PARA LUGAR NENHUM
Alaric, é um bardo, e numa noite numa taberna numa cidadezinha na beira do Deserto Ocidental, é convidado pelo senhor de uma caravana, Piros, à se juntar a eles para atravessarem o deserto.
O bardo logo aceita o convite, assim a aventura de Alaric, o Bardo, começa, ao longo da viagem pelo deserto, descobrimos que Piros é muito corajoso por fazer essa travessia, pois muitos (na cidade do deserto onde levam as provisões) tem medo de andar pelo Deserto Ocidental por causa de espíritos vindos de uma cidade fantasma.
Também descobrimos sobre o Pó, substância alucinógena e que deixa quem o cheirar viciado.
Basicamente o conto gira em torno desses dois assuntos, será a cidade fantasma real ou uma miragem? E o Pó? Porém no final algo surpreendente acontece.
O bardo logo aceita o convite, assim a aventura de Alaric, o Bardo, começa, ao longo da viagem pelo deserto, descobrimos que Piros é muito corajoso por fazer essa travessia, pois muitos (na cidade do deserto onde levam as provisões) tem medo de andar pelo Deserto Ocidental por causa de espíritos vindos de uma cidade fantasma.
Também descobrimos sobre o Pó, substância alucinógena e que deixa quem o cheirar viciado.
Basicamente o conto gira em torno desses dois assuntos, será a cidade fantasma real ou uma miragem? E o Pó? Porém no final algo surpreendente acontece.
Enfim um dos contos do livro com um protagonista homem bom, AMEI demais Alaric, e fiquei bem curioso para ler outros contos dele.
Pelo pouco que sabemos dele, ele nasceu no sul e me fez pensar que ele é de nascimento nobre, afinal ele despreza muito esse mundo nobre (príncipes, reis, etc), e isso me fez pensar nisso.
O Bardo, além de ter um talento para cantar (é claro), nasceu com a habilidade de se teletransportar, o que é bem útil no final do conto.
Pelo pouco que sabemos dele, ele nasceu no sul e me fez pensar que ele é de nascimento nobre, afinal ele despreza muito esse mundo nobre (príncipes, reis, etc), e isso me fez pensar nisso.
O Bardo, além de ter um talento para cantar (é claro), nasceu com a habilidade de se teletransportar, o que é bem útil no final do conto.
De outros personagens, só destaco, Piros e seu filho Rudd, o pai é um homem forte e sem medo (até mesmo quando descobre sobre a habilidade de Alaric), já o filho é meio louco por causa desse pó, mas ele é um bom menino, e eu e infelizmente teve um final triste.
A história é bem simples, porém MUITO boa também, os personagens são bons, principalmente o protagonista, que de longe é o melhor protagonista masculino desses contos.
O final foi bem surpreendente, mas não deixou um gostinho de querer mais, acho que a história foi tão e o final fechou com chave de ouro o conto.
O final foi bem surpreendente, mas não deixou um gostinho de querer mais, acho que a história foi tão e o final fechou com chave de ouro o conto.
Nota: 5/5 + fav
QUOTES
"Nessa noite, Alaric cantava músicas indecentes para o salão barulhento, sua voz energética e limpa mais alta que a balbúrdia, com rimas que faziam os bêbados rirem e refrãos
que lhes permitiam se juntar à música. Seu alaúde mal podia ser ouvido e por vezes ele nem
se esforçava em tocar as cordas, mas nenhum dos ouvintes parecia se importar com isso.
Apesar de sua juventude, seu repertório de músicas já havia sido bastante testado em tavernas
iguais a essa, e ele sabia o seu efeito..."
"— Dizem que existe uma cidade perdida no grande deserto. Também dizem que existe um
enorme tesouro escondido.
Piros deu um pequeno sorriso novamente.
— Você tem dado ouvidos a fantasias de bêbados.
— E dizem que do outro lado do grande deserto existe uma terra de maravilhas.
— Ah, isso depende do que uma pessoa já viu.
Alaric enfiou a moeda em sua bolsa.
— Eu já vi maravilhas antes, Piros, e desejo ver outras — disse, oferecendo sua mão para
selar o acordo. — Irei com você."
"— O que eles temem? — perguntou.
— À noite, de vez em quando, você pode ouvir o deserto gemer — respondeu Hanio. —
Espíritos malignos, dizem, saindo da cidade perdida para roubar a alma dos homens. Você vai
ouvi-los quando alcançarmos as dunas.
Gesticulou para a frente de maneira vaga.
— Ah — disse Alaric. — A cidade perdida. Eu ouvi uma história ou outra sobre ela. Você
já esteve lá?"
"— Ela dificilmente seria a cidade perdida se os homens pudessem visitá-la.
— Então ela não é nada mais do que uma história de viajante?
— Bem... — disse Hanio, e finalmente virou a cabeça para encarar Alaric. — Às vezes alguém a vê de longe, e existem torres e abóbadas e paredes, todas pálidas como cinzas. Mas,
se alguém tenta se aproximar, ela vai se distanciando e no fim acaba desaparecendo de vez. É
uma cidade fantasma, um lar adequado para espíritos malignos.
Ele parou de falar por alguns instantes.
— Homens morreram perseguindo-a. Eu não tenho nenhum desejo de morrer.
— Nem eu — murmurou o bardo."
"Em meio à escuridão profunda, acordou com o som de gemidos — um coro de gemidos em
uma dezena de tons, como um grupo de homens se esforçando para mover alguma pedra
gigante, muito acima da capacidade deles, ou o mesmo grupo lamentando a morte de inúmeras pessoas amadas..."
"Mais tarde naquele dia, Alaric teve o primeiro vislumbre da cidade fantasma.
Pelo menos parecia um pouco com uma cidade, bem longe e ao sul do horizonte, embaçada
pela distância, suas torres e muralhas apenas formas oscilantes na luz do deserto, com água
prateada em volta delas. Enquanto ele observava, a boca aberta em espanto, podia ouvir os
homens rindo atrás dele..."
"— Ele sempre foi assim?
Novamente Piros ficou em silêncio por um longo tempo. Então disse:
— Nem sempre. Pensei que algum dia ele iria tomar o meu lugar. Era um bom cavaleiro.
Aprendeu a correr muito jovem e superava a maioria dos homens desta caravana. Mas isso foi
antes.—
Antes de...?
O chefe da caravana suspirou.
— Acho que estou um pouco surpreso que nenhum dos outros tenha lhe contado. Que todos
eles tenham mantido suas promessas."
"— Eu pediria uma promessa sua também, mas não acredito que você a faria ou a honraria.
Não depois de ouvir suas canções. As pessoas se reconhecem quando você canta?
Alaric sorriu um pouco.
— Eu seria um tolo se colocasse muita verdade em minhas canções. Eu tenho muito amor à
minha vida."
"— As pessoas podem se reconhecer em qualquer história, sejam as histórias sobre elas ou
não. Eu prometo que ninguém mais o reconhecerá. Ou a seu filho. E qualquer canção que eu
cante sobre essa jornada será muito longe daqui, onde ninguém sequer saberá seu nome.
Piros deu de ombros.
— Eu não sei por que isso importa pra mim. Mas importa — disse, olhando para Alaric de
soslaio. — Ainda assim, existe uma parte de mim, uma parte vaidosa e gananciosa, que quer
ouvir o que você criaria a partir da nossa história. Que deseja a imortalidade que você
oferece. Na minha idade, acho que esse é o único tipo de imortalidade que poderei ter."
"— Eu não posso garantir essa imortalidade.
Piros tomou a chaleira de suas mãos e encheu o próprio copo.
— Não seja modesto, bardo. Você já tem canções que são mais velhas que nós dois juntos.
— Então me conte a sua história. Ou me conte a versão que você quer que eu ouça.
— Não a... verdadeira?
— Ninguém jamais conta a verdade sobre si mesmo. Nós contamos o que queremos que os
outros julguem, para o bem ou para o mal. E, quando eu tiver ouvido a sua história, talvez
acrescente alguma coisa nela — disse, assoprando o chá para esfriá-lo antes de tomar um
gole. — Talvez eu cante sobre a nossa visita às torres da cidade perdida que tocam o céu. Ela
tem um nome?
Piros bebeu um gole de chá.
— Eu já a ouvi ser chamada de Haven — murmurou ele."
"— Um nome bom, romântico — observou Alaric.
— E o que você acha que encontraríamos lá?
Alaric deu um pequeno sorriso.
— O que os nossos corações desejarem, é claro. Não é isso que todos nós estamos
procurando?
Piros rolou o copo entre as mãos.
— Talvez seja por isso que ela sempre esteja além do nosso alcance..."
"— Esta é a terra dos mortos? - Piros
Alaric balançou a cabeça, negando.
— Não, nós escapamos dela. Este é só o Norte...
— Como nós viemos para cá? — perguntou em um sussurro. E olhou para Alaric de novo.
— Você fez isso.
Alaric não disse nada...
— Estamos bem longe — murmurou, e se agarrou às suas vestes de deserto para se
proteger do frio. Então se curvou profundamente perante Alaric. — O que deseja de mim, meu
senhor?
Alaric voltou a respirar rapidamente. Essa não era a reação que ele esperava. Medo de
seus poderes de feiticeiro, sim, e seu primo próximo, o ódio. Mas reverência?
— Eu não quero nada, caro Piros, a não ser a sua amizade.
— Eu lhe devo a minha vida — disse Piros. — Essa não é uma dívida que se pague com
facilidade..."
"— Você é um homem? Ou é algum tipo de espírito mágico?
— Um homem.
— E mesmo assim...
— É uma habilidade com a qual nasci. Eu tento não usá-la quando outros podem ver. Ela
os assusta — disse, olhando fixo para Piros. — Mas você não está assustado.
— Eu já vi várias coisas durante a minha vida — disse Piros —, e nunca vi o medo ser
útil."
"— Ela não vai desaparecer para mim.
Ele acelerou o passo, como se para alcançá-la antes que ela sumisse.
Alaric parou e deixou o espaço entre ele e Rudd aumentar. A cidade estava lá, logo à
frente, tentadoramente indistinta, mas ainda assim lá. Piros havia dito que ela era uma ilusão, e Alaric havia aceitado aquilo, mas e se fosse outra coisa? E se existisse uma cidade — algum
tipo de cidade — lá na frente? E se Rudd estivesse certo? Ele mediu a distância até ela e
pulou em sua direção da sua maneira especial, um salto equivalente a uma caminhada de um
dia e meio de um homem pelo deserto. Quando olhou para trás, não pôde mais ver Rudd, mas,
à sua frente, a cidade permanecia tão longe quanto antes. Mais um salto. Dois. Três. No
décimo, a cidade tinha sumido, apesar da camada de água que a circulava ainda se espalhar de
maneira sedutora pelo deserto ao longe. Mais alguns saltos mostraram que a água continuava a recuar.
Ilusão, tudo ilusão. Agora tinha certeza, e se sentiu tanto desapontado quanto um pouco envergonhado por ter-se deixado acreditar no contrário, mesmo que por pouco tempo..."
"— Rudd! — gritou. — A cidade não quer você. Ela me mandou para mantê-lo longe dela!
O garoto se virou.
— Mentiroso! — gritou — Ela sempre me quis!
Então ele se virou de volta para o sul e continuou a sua marcha.
— Rudd!
O rapaz não respondeu dessa vez.
— Rudd — disse Alaric, em tom mais gentil.
E ele observou por um longo tempo enquanto a figura do garoto diminuía na distância e a cidade fantasma acenava além dele, inatingível. Quando Rudd se tornou não mais que um ponto na grande paisagem do deserto, Alaric voltou para o agrupamento de tendas dos homens abatidos."
"No decorrer do dia seguinte, enquanto seguiam para o norte, toda vez que o bardo olhava para trás, ele via a cidade fantasma no horizonte, acenando, mas permaneceu com Piros e tentou não pensar no rapaz que tinha respondido ao seu chamado mas que nunca iria alcançála. A canção já estava se formando em sua mente, uma história comovente, perfeita para longas noites de inverno ao lado de uma fogueira ardente bem, bem longe do deserto. Algum dia poderia cantá-la sem imaginar o que mais ele poderia ter feito para mudar o seu final."
=======================================================================
"Nessa noite, Alaric cantava músicas indecentes para o salão barulhento, sua voz energética e limpa mais alta que a balbúrdia, com rimas que faziam os bêbados rirem e refrãos
que lhes permitiam se juntar à música. Seu alaúde mal podia ser ouvido e por vezes ele nem
se esforçava em tocar as cordas, mas nenhum dos ouvintes parecia se importar com isso.
Apesar de sua juventude, seu repertório de músicas já havia sido bastante testado em tavernas
iguais a essa, e ele sabia o seu efeito..."
"— Dizem que existe uma cidade perdida no grande deserto. Também dizem que existe um
enorme tesouro escondido.
Piros deu um pequeno sorriso novamente.
— Você tem dado ouvidos a fantasias de bêbados.
— E dizem que do outro lado do grande deserto existe uma terra de maravilhas.
— Ah, isso depende do que uma pessoa já viu.
Alaric enfiou a moeda em sua bolsa.
— Eu já vi maravilhas antes, Piros, e desejo ver outras — disse, oferecendo sua mão para
selar o acordo. — Irei com você."
"— O que eles temem? — perguntou.
— À noite, de vez em quando, você pode ouvir o deserto gemer — respondeu Hanio. —
Espíritos malignos, dizem, saindo da cidade perdida para roubar a alma dos homens. Você vai
ouvi-los quando alcançarmos as dunas.
Gesticulou para a frente de maneira vaga.
— Ah — disse Alaric. — A cidade perdida. Eu ouvi uma história ou outra sobre ela. Você
já esteve lá?"
"— Ela dificilmente seria a cidade perdida se os homens pudessem visitá-la.
— Então ela não é nada mais do que uma história de viajante?
— Bem... — disse Hanio, e finalmente virou a cabeça para encarar Alaric. — Às vezes alguém a vê de longe, e existem torres e abóbadas e paredes, todas pálidas como cinzas. Mas,
se alguém tenta se aproximar, ela vai se distanciando e no fim acaba desaparecendo de vez. É
uma cidade fantasma, um lar adequado para espíritos malignos.
Ele parou de falar por alguns instantes.
— Homens morreram perseguindo-a. Eu não tenho nenhum desejo de morrer.
— Nem eu — murmurou o bardo."
"Em meio à escuridão profunda, acordou com o som de gemidos — um coro de gemidos em
uma dezena de tons, como um grupo de homens se esforçando para mover alguma pedra
gigante, muito acima da capacidade deles, ou o mesmo grupo lamentando a morte de inúmeras pessoas amadas..."
"Mais tarde naquele dia, Alaric teve o primeiro vislumbre da cidade fantasma.
Pelo menos parecia um pouco com uma cidade, bem longe e ao sul do horizonte, embaçada
pela distância, suas torres e muralhas apenas formas oscilantes na luz do deserto, com água
prateada em volta delas. Enquanto ele observava, a boca aberta em espanto, podia ouvir os
homens rindo atrás dele..."
"— Ele sempre foi assim?
Novamente Piros ficou em silêncio por um longo tempo. Então disse:
— Nem sempre. Pensei que algum dia ele iria tomar o meu lugar. Era um bom cavaleiro.
Aprendeu a correr muito jovem e superava a maioria dos homens desta caravana. Mas isso foi
antes.—
Antes de...?
O chefe da caravana suspirou.
— Acho que estou um pouco surpreso que nenhum dos outros tenha lhe contado. Que todos
eles tenham mantido suas promessas."
"— Eu pediria uma promessa sua também, mas não acredito que você a faria ou a honraria.
Não depois de ouvir suas canções. As pessoas se reconhecem quando você canta?
Alaric sorriu um pouco.
— Eu seria um tolo se colocasse muita verdade em minhas canções. Eu tenho muito amor à
minha vida."
"— As pessoas podem se reconhecer em qualquer história, sejam as histórias sobre elas ou
não. Eu prometo que ninguém mais o reconhecerá. Ou a seu filho. E qualquer canção que eu
cante sobre essa jornada será muito longe daqui, onde ninguém sequer saberá seu nome.
Piros deu de ombros.
— Eu não sei por que isso importa pra mim. Mas importa — disse, olhando para Alaric de
soslaio. — Ainda assim, existe uma parte de mim, uma parte vaidosa e gananciosa, que quer
ouvir o que você criaria a partir da nossa história. Que deseja a imortalidade que você
oferece. Na minha idade, acho que esse é o único tipo de imortalidade que poderei ter."
"— Eu não posso garantir essa imortalidade.
Piros tomou a chaleira de suas mãos e encheu o próprio copo.
— Não seja modesto, bardo. Você já tem canções que são mais velhas que nós dois juntos.
— Então me conte a sua história. Ou me conte a versão que você quer que eu ouça.
— Não a... verdadeira?
— Ninguém jamais conta a verdade sobre si mesmo. Nós contamos o que queremos que os
outros julguem, para o bem ou para o mal. E, quando eu tiver ouvido a sua história, talvez
acrescente alguma coisa nela — disse, assoprando o chá para esfriá-lo antes de tomar um
gole. — Talvez eu cante sobre a nossa visita às torres da cidade perdida que tocam o céu. Ela
tem um nome?
Piros bebeu um gole de chá.
— Eu já a ouvi ser chamada de Haven — murmurou ele."
"— Um nome bom, romântico — observou Alaric.
— E o que você acha que encontraríamos lá?
Alaric deu um pequeno sorriso.
— O que os nossos corações desejarem, é claro. Não é isso que todos nós estamos
procurando?
Piros rolou o copo entre as mãos.
— Talvez seja por isso que ela sempre esteja além do nosso alcance..."
"— Esta é a terra dos mortos? - Piros
Alaric balançou a cabeça, negando.
— Não, nós escapamos dela. Este é só o Norte...
— Como nós viemos para cá? — perguntou em um sussurro. E olhou para Alaric de novo.
— Você fez isso.
Alaric não disse nada...
— Estamos bem longe — murmurou, e se agarrou às suas vestes de deserto para se
proteger do frio. Então se curvou profundamente perante Alaric. — O que deseja de mim, meu
senhor?
Alaric voltou a respirar rapidamente. Essa não era a reação que ele esperava. Medo de
seus poderes de feiticeiro, sim, e seu primo próximo, o ódio. Mas reverência?
— Eu não quero nada, caro Piros, a não ser a sua amizade.
— Eu lhe devo a minha vida — disse Piros. — Essa não é uma dívida que se pague com
facilidade..."
"— Você é um homem? Ou é algum tipo de espírito mágico?
— Um homem.
— E mesmo assim...
— É uma habilidade com a qual nasci. Eu tento não usá-la quando outros podem ver. Ela
os assusta — disse, olhando fixo para Piros. — Mas você não está assustado.
— Eu já vi várias coisas durante a minha vida — disse Piros —, e nunca vi o medo ser
útil."
"— Ela não vai desaparecer para mim.
Ele acelerou o passo, como se para alcançá-la antes que ela sumisse.
Alaric parou e deixou o espaço entre ele e Rudd aumentar. A cidade estava lá, logo à
frente, tentadoramente indistinta, mas ainda assim lá. Piros havia dito que ela era uma ilusão, e Alaric havia aceitado aquilo, mas e se fosse outra coisa? E se existisse uma cidade — algum
tipo de cidade — lá na frente? E se Rudd estivesse certo? Ele mediu a distância até ela e
pulou em sua direção da sua maneira especial, um salto equivalente a uma caminhada de um
dia e meio de um homem pelo deserto. Quando olhou para trás, não pôde mais ver Rudd, mas,
à sua frente, a cidade permanecia tão longe quanto antes. Mais um salto. Dois. Três. No
décimo, a cidade tinha sumido, apesar da camada de água que a circulava ainda se espalhar de
maneira sedutora pelo deserto ao longe. Mais alguns saltos mostraram que a água continuava a recuar.
Ilusão, tudo ilusão. Agora tinha certeza, e se sentiu tanto desapontado quanto um pouco envergonhado por ter-se deixado acreditar no contrário, mesmo que por pouco tempo..."
"— Rudd! — gritou. — A cidade não quer você. Ela me mandou para mantê-lo longe dela!
O garoto se virou.
— Mentiroso! — gritou — Ela sempre me quis!
Então ele se virou de volta para o sul e continuou a sua marcha.
— Rudd!
O rapaz não respondeu dessa vez.
— Rudd — disse Alaric, em tom mais gentil.
E ele observou por um longo tempo enquanto a figura do garoto diminuía na distância e a cidade fantasma acenava além dele, inatingível. Quando Rudd se tornou não mais que um ponto na grande paisagem do deserto, Alaric voltou para o agrupamento de tendas dos homens abatidos."
"No decorrer do dia seguinte, enquanto seguiam para o norte, toda vez que o bardo olhava para trás, ele via a cidade fantasma no horizonte, acenando, mas permaneceu com Piros e tentou não pensar no rapaz que tinha respondido ao seu chamado mas que nunca iria alcançála. A canção já estava se formando em sua mente, uma história comovente, perfeita para longas noites de inverno ao lado de uma fogueira ardente bem, bem longe do deserto. Algum dia poderia cantá-la sem imaginar o que mais ele poderia ter feito para mudar o seu final."
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GALHO ENVERGANDO
Hap e Leonard atacam de detetives de vez enquanto, e Leonard foi ver um caso, mas deixou Hap para trás, afinal ele estava precisando d grana e sem emprego, já Hap era empregado numa fábrica de ração pra cachorro.
Numa noite, chegando em casa Hap encontra sua namorada, Brett, preocupada com a filha, que é usuária de drogas e de vez em quando prostituta (Como assim? Bem ela só volta pra essa vida quando está usando de novo), bem a garota sumiu e eles vão atrás dela.
Para descobrir o que houve com a garota, e se Hap e Leonard irão conseguir resgatar ela, terão seu ler o conto.
Numa noite, chegando em casa Hap encontra sua namorada, Brett, preocupada com a filha, que é usuária de drogas e de vez em quando prostituta (Como assim? Bem ela só volta pra essa vida quando está usando de novo), bem a garota sumiu e eles vão atrás dela.
Para descobrir o que houve com a garota, e se Hap e Leonard irão conseguir resgatar ela, terão seu ler o conto.
Felizmente mais um conto com protagonista masculino legal, Hap, é um cara muito bom, não gosta de coisas erradas, incluindo é contra o amigo Leonard bater nos bad guys que a dubla encontra pelo caminho, não gosta da enteada, mas vai atrás dela mesmo assim por amor à Brett, o que achei legal.
Leonard aparece bem pouco, mas amei ele do mesmo jeito, ele é gay, fato que me fez gostar ainda mais dele.
Ele também é durão, ao ponto de querer matar todo mundo, e ele também é bem engraçado.
Ele também é durão, ao ponto de querer matar todo mundo, e ele também é bem engraçado.
O conto é bem simples é rápido de ser lido, possuí uma narrativa muito boa e nada cansativa.
Ele faz parte de um universo criado pelo escritor Joe R. Lansdale, porém nada disso impede o entendimento da história, afinal, além de termos algumas explicações durante o conto, antes do mesmo, temos um texto (como em todos os contos) nos situando sobre esse universo.
Eu achei que o conto, ao lado de Qual É Sua Profissão?, o mais pesado dos contos, com pancadaria, muitas mortes e xingamentos.
Ele faz parte de um universo criado pelo escritor Joe R. Lansdale, porém nada disso impede o entendimento da história, afinal, além de termos algumas explicações durante o conto, antes do mesmo, temos um texto (como em todos os contos) nos situando sobre esse universo.
Eu achei que o conto, ao lado de Qual É Sua Profissão?, o mais pesado dos contos, com pancadaria, muitas mortes e xingamentos.
Nota 4/5
QUOTES,
"Era estranho sair para resolver uma coisa daquelas sem o Leonard. Eu gostava de tê-lo por perto naquele tipo de circunstância. Ele me ajudava a fortalecer minha força de vontade.
Gostava de pensar que já era bem firme naquela área, mas nunca dói ter seu irmão de outra mãe do seu lado para ajudar a se sentir confiante."
"..Eu, Brett e Leonard já a havíamos resgatado uma vez, alguns anos antes, de algo estúpido em que ela se metera e que parecia muito com aquilo, e, francamente, havia uma parte de mim que queria deixá-la se virar. Não podia fazer isso porque ela era filha de Brett. Esse era o principal motivo. O outro era o fato de eu ser eu.
Parece que sou um desses caras que ajudaria um cão raivoso a atravessar a rua se julgasse que ele estava confuso quanto à direção."
"Eu nem sequer gostava de Tillie, mas com certeza gostava de Brett, que chamava a filha de galho envergado. Ela dizia: “Hap, ela é um galho envergado, mas não está partida. Ela pode suportar uma tempestade e sair inteira do outro lado.”
"...Ela escolhe homens como patos escolhem insetos: aleatoriamente."
"Era estranho sair para resolver uma coisa daquelas sem o Leonard. Eu gostava de tê-lo por perto naquele tipo de circunstância. Ele me ajudava a fortalecer minha força de vontade.
Gostava de pensar que já era bem firme naquela área, mas nunca dói ter seu irmão de outra mãe do seu lado para ajudar a se sentir confiante."
"..Eu, Brett e Leonard já a havíamos resgatado uma vez, alguns anos antes, de algo estúpido em que ela se metera e que parecia muito com aquilo, e, francamente, havia uma parte de mim que queria deixá-la se virar. Não podia fazer isso porque ela era filha de Brett. Esse era o principal motivo. O outro era o fato de eu ser eu.
Parece que sou um desses caras que ajudaria um cão raivoso a atravessar a rua se julgasse que ele estava confuso quanto à direção."
"Eu nem sequer gostava de Tillie, mas com certeza gostava de Brett, que chamava a filha de galho envergado. Ela dizia: “Hap, ela é um galho envergado, mas não está partida. Ela pode suportar uma tempestade e sair inteira do outro lado.”
"...Ela escolhe homens como patos escolhem insetos: aleatoriamente."
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EM CARTAZ
O conto é sobre uma garota, Lindsay, que quer ir ao cinema, sim gente, é isso mesmo, porém não é só isso, muitas coisas acontecem no caminho para seção que Lindsay quer ver, até parece que uma força divina que impedir ela de ver o filme, o que se torna cômico.
Não tem como não gostar da personagem principal, Lindsay, que é amante da sétima arte, o que me fez amar ainda mais ela.
Também gostei de Jack, ex namorado da Lindsay, que some do nada, mas aparece no tal cinema que ela foi, ele também ama cinema, e é por isso que ambos namoravam.
Foram altas referências com esse casal, me senti o Capitão a cada uma, o que foi muito prazeroso.
O mundo que Connie Willis criou para esse conto é bem louco, nele, os ataques em cinemas surtiram o efeito de fazer a população norte-americana de parar de frequentar os cinemas, mas para reverter isso, foram criados super cinemas, onde a segurança é bem rígida (ao ponto de de revisitarem), porém esses cinemas não são só o cúmulo do absurdo nesse quesito, há indícios de que eles criam trailers de filmes que não existem, para assim fazer quem quer ver esses filmes gastarem mais, ao fazer eles ficarem o dia inteiro no cinema e gastando.
Dos contos, esse é o mais leve de todos, e também o mais engraçado, fora que ele não contém bem um 'vigarista, mercenário ou ladrão', que foi o padrão de estilo de pessoas nessa antologia.
Dos contos, esse é o mais leve de todos, e também o mais engraçado, fora que ele não contém bem um 'vigarista, mercenário ou ladrão', que foi o padrão de estilo de pessoas nessa antologia.
QUOTES
"— Sim, e você prometeu que iria comigo, Lindsay — Jack lembrou.
— Você furou comigo.
— Não furei. Estou aqui, não estou? Além do mais, Kevin Kline furou com Meg Ryan em Surpresas do coração. Michael Douglas furou com Kathleen Turner em Tudo por uma esmeralda. Indiana Jones deixou Marion amarrada na barraca dos bandidos. Admita, isso é o que os malandros fazem."
"— Por que não pode usar a câmera do seu celular?
— Quando eles fazem a varredura na fila de segurança, confirmam suas informações nos bancos de dados da polícia e do FBI.
— Onde você está por causa dos gansos — deduzi. — Por isso quis que eu viesse, para eu poder passar com a sua câmera.
— É claro. É isso que fazem os malandros. Usam a garota para passar pela alfândega com o colar, para mandar a notícia para a mídia ou tirá-los da Alemanha Oriental."
"— E conhecendo rapazes, mas, se amanhã alguém perguntar o que elas fizeram, vão dizer que foram ao cinema, e elas mesmas vão acreditar nisso. O Drome não vende pipocas, vende
uma ilusão, uma ideia, uma tela gigantesca com imagens mágicas, sua namorada sentada a seu lado no escuro, romance, aventura, mistério..."
"— Sobre o que é o filme?
— Um cara está investigando uma conspiração quando a antiga namorada dele aparece. É a última coisa de que ele precisa. Ele tem que ficar invisível... O que explica por que ficou tão desanimado quando me viu, pensei, e me senti mais leve.
— E ele sabe que tem que se afastar antes que a garota estrague seu disfarce, mas ela já acredita que ele é...
— Um malandro?
— Eu ia dizer “idiota”.
— Malandro — repeti com firmeza —, e ele precisa dela para ajudá-lo a passar pela segurança com alguma coisa, como Kevin Kline em Surpresas do coração.
— Exatamente. E ele tem coisas para dizer a ela, por isso recruta sua ajuda e, ao longo da investigação, ele a convence a perdoá-lo, como Olivia de Havilland perdoa Errol Flynn e Julia Roberts perdoa Nick Nolte e Whoopi Goldberg perdoa...
— Jack, é isso o que fazem as namoradas dos malandros.
— Exatamente — ele concordou. — E é por isso que deveria...
— Shh — interrompi.
— O que foi? — Jack cochichou.
— Cena do beijo — respondi, e apaguei a lanterna."
"– Quanto tempo tem Lethal Rampage? — perguntei um bom tempo depois. — Acho que estou ouvindo a música da cena final. Ele se levantou sobre um cotovelo e disse:
— Sim. — E voltou a beijar meu pescoço.
— Mas não temos que sair daqui antes do fim?
— Sim, mas está esquecendo que é um sucesso de Hollywood. Lembra quando vimos o reboot de Velocidade máxima, como a gente pensou várias vezes que estava acabando e não
estava? Ou O retorno do rei? Esse pareceu ter sete fins. Lethal Rampage ainda tem mais três cenas finais."
"— Caramba — repetiu Kett. — Passou todo esse tempo na fila para ver um filme que não vai ver. Valeu a pena passar o dia inteiro atrás disso?
Ah, sim, pensei. Porque, com ou sem mentiras, com ou sem falsidade, ainda foi a melhor tarde no cinema que tive em muito tempo. Muito melhor que se eu houvesse ido assistir a A Star-Crossed Season. Ou Lethal Rampage. E muito melhor que ficar andando, procurando botas Black Widow e macacões Silver Linings Playbook, como Zara, ou lidando com cretinos, como Kett fez. Ao contrário delas, tive uma tarde ótima. Teve de tudo — aventura, suspense, romance, explosões, perigo, diálogos absurdos, cenas de beijo. Uma perfeita tarde de sábado no cinema."
=======================================================================
"— Sim, e você prometeu que iria comigo, Lindsay — Jack lembrou.
— Você furou comigo.
— Não furei. Estou aqui, não estou? Além do mais, Kevin Kline furou com Meg Ryan em Surpresas do coração. Michael Douglas furou com Kathleen Turner em Tudo por uma esmeralda. Indiana Jones deixou Marion amarrada na barraca dos bandidos. Admita, isso é o que os malandros fazem."
"— Por que não pode usar a câmera do seu celular?
— Quando eles fazem a varredura na fila de segurança, confirmam suas informações nos bancos de dados da polícia e do FBI.
— Onde você está por causa dos gansos — deduzi. — Por isso quis que eu viesse, para eu poder passar com a sua câmera.
— É claro. É isso que fazem os malandros. Usam a garota para passar pela alfândega com o colar, para mandar a notícia para a mídia ou tirá-los da Alemanha Oriental."
"— E conhecendo rapazes, mas, se amanhã alguém perguntar o que elas fizeram, vão dizer que foram ao cinema, e elas mesmas vão acreditar nisso. O Drome não vende pipocas, vende
uma ilusão, uma ideia, uma tela gigantesca com imagens mágicas, sua namorada sentada a seu lado no escuro, romance, aventura, mistério..."
"— Sobre o que é o filme?
— Um cara está investigando uma conspiração quando a antiga namorada dele aparece. É a última coisa de que ele precisa. Ele tem que ficar invisível... O que explica por que ficou tão desanimado quando me viu, pensei, e me senti mais leve.
— E ele sabe que tem que se afastar antes que a garota estrague seu disfarce, mas ela já acredita que ele é...
— Um malandro?
— Eu ia dizer “idiota”.
— Malandro — repeti com firmeza —, e ele precisa dela para ajudá-lo a passar pela segurança com alguma coisa, como Kevin Kline em Surpresas do coração.
— Exatamente. E ele tem coisas para dizer a ela, por isso recruta sua ajuda e, ao longo da investigação, ele a convence a perdoá-lo, como Olivia de Havilland perdoa Errol Flynn e Julia Roberts perdoa Nick Nolte e Whoopi Goldberg perdoa...
— Jack, é isso o que fazem as namoradas dos malandros.
— Exatamente — ele concordou. — E é por isso que deveria...
— Shh — interrompi.
— O que foi? — Jack cochichou.
— Cena do beijo — respondi, e apaguei a lanterna."
"– Quanto tempo tem Lethal Rampage? — perguntei um bom tempo depois. — Acho que estou ouvindo a música da cena final. Ele se levantou sobre um cotovelo e disse:
— Sim. — E voltou a beijar meu pescoço.
— Mas não temos que sair daqui antes do fim?
— Sim, mas está esquecendo que é um sucesso de Hollywood. Lembra quando vimos o reboot de Velocidade máxima, como a gente pensou várias vezes que estava acabando e não
estava? Ou O retorno do rei? Esse pareceu ter sete fins. Lethal Rampage ainda tem mais três cenas finais."
"— Caramba — repetiu Kett. — Passou todo esse tempo na fila para ver um filme que não vai ver. Valeu a pena passar o dia inteiro atrás disso?
Ah, sim, pensei. Porque, com ou sem mentiras, com ou sem falsidade, ainda foi a melhor tarde no cinema que tive em muito tempo. Muito melhor que se eu houvesse ido assistir a A Star-Crossed Season. Ou Lethal Rampage. E muito melhor que ficar andando, procurando botas Black Widow e macacões Silver Linings Playbook, como Zara, ou lidando com cretinos, como Kett fez. Ao contrário delas, tive uma tarde ótima. Teve de tudo — aventura, suspense, romance, explosões, perigo, diálogos absurdos, cenas de beijo. Uma perfeita tarde de sábado no cinema."
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Como já falei, este livro é uma coletânea de contos de vários autores conhecidos, entre eles George R. R. Martin, e não irei mentir: Foi por causa dele que comprei o livro, tentei ler o livro ano passado mas NÃO consegui, em 100 paginas só tinha gostado de 1 conto, o resto desisti no cominho, porém com fogo resolvi ler os contos que não li e não me arrependi, com uma diferença de alguns meses, meu pensamento sobre o livro mudou bastante e terminei de ler ele com o objetivo de leitura concluído e muito orgulho, fora que no final acabei gostando de mais contos do que odiando, para falar a verdade só não gostei de 3 contos, infelizmente incluindo o de Martin, pois aquilo não é uma história e sim um pedaço da 'enciclopédia' O Mundo de Gelo e Fogo.
Bem é isso, pra quem pensa em comprar o livro só por causa de As Crônicas de Gelo e Fogo: Não comprem, leiam o conto na internet mesmo ou leiam essa parte no livro O Mundo de Gelo e Fogo, pois li a enciclopédia e realmente o conto foi tirado de lá, e olha ela é um p*** livro (fiquem de olho que nas próximas semanas terá resenhas/resumos dele).
Nota final: 4/5
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