A resenha de hoje é em dose dupla: sobre o livro Minha Breve História, de autoria de Stephen Hawking, e sobre o filme A Teoria de Tudo, baseado no livro homônimo.
Antes de tudo, cabe ressaltar que há também o livro A Teoria de Tudo (foto abaixo), escrito por JAne Hawking, que foi o que inspirou o filme, porém não o li ainda, e portanto não poderei dar minha opinião sobre a fidelidade livro x filme.
Não entrarei em detalhes sobre onde encontrar os livros, qual é a editora que publicou cada um, preços, qualidade, etc pois nenhuma das editoras é parceira deste blog, inclusive o livro que li foi emprestado. O mesmo vale para o filme, o qual assisti por um canal de TV paga.
Agora sim, devidamente explanadas as condições desta resenha, vamos ao que interessa.
Ambas as obras tratam da vida e obra do físico teórico e cosmólogo Stephen Hawking, muito provavelmente o físico mais famoso ainda vivo, porém com enfoques totalmente diferentes. Enquanto o filme é um romance, mostrando com muita emoção as diversas fases da vida de Stephen, o livro possui uma visão muito mais objetiva e "sem emoção" por assim dizer, apenas relatando cada episódio pelo qual seu autor passou.
Minha motivação para ler o livro foi ter assistido ao filme, pois queria ter uma outra visão dos mesmos fatos (adoro poder fazer esse tipo de comparação). De outra forma, provavelmente teria desistido na metade do livro, pois a maior parte do texto trata sobre as descobertas científicas que Stephen Hawking realizou ao longo da vida e que, para quem não possui muitos conhecimentos específicos da área da física, pode parecer meio confuso. Além disso, várias vezes tive a impressão que os fatos apresentados estavam fora da ordem cronológica. Aparentemente, enquanto escrevia Hawking se "empolgava" com algum personagem ou alguma lembrança e acabava fazendo uma descrição cronológica com aquele assunto ou personagem, para depois voltar à uma determinada época e seguir com a narrativa de sua vida. Confuso? É mais ou menos como se, contando sua vida acadêmica, Hawking decidisse relatar todos os outros estudos e descobertas realizados posteriormente em cooperação com algum de seus professores ou colegas, para depois retornar à época da faculdade e continuar o relato cronológico, até algum outro personagem ou tema tomar-lhe a atenção novamente. Tudo isso feito de forma extremamente objetiva, sem relatos emotivos mas cheios de "detalhes científicos" (ok, não são exatamente detalhes científicos, são mais explicações sobre as diversas descobertas e estudos realizados. Com bastante atenção é possível entender do que se trata, já que a linguagem empregada não é tão específica assim, mas requer um pouco de dedicação par acompanhar todas as explicações).
De forma oposta, o filme baseado no relato de Jane Hawking é muito mais emotivo, e acredito que o livro também deva ser assim. O filme enfoca todas as etapas da vida de Stephen Hawking após ele conhecer Jane Hawking (anteriormente Jane Wilde). Como ele enfrentou a descoberta da doença, e Jane e seus amigos o ajudaram. Como eles se casaram, o apoio que sempre recebeu de sua esposa para continuar a carreira acadêmica, a vida cotidiana familiar, brigas, filhos, e até a "insinuação" de possíveis traições. Digo "insinuações" pois nada disso é explícito no filme, fica apenas subentendido, mas o fato de que ambos acabaram se 'casando' com seus supostos amantes corrobora com esse entendimento. Durante o filme podemos ver quão dura foi a luta de Jane para manter o casamento, e mesmo depois da separação, a consideração que mantiveram um com o outro, por exemplo, quando foram convidados para conhecer a rainha Elizabeth II e, mesmo já separados, se apresentaram como uma família. Durante o filme há breves explicações das descobertas e estudos realizados por Stephen Hawking, mas ele foca mais no modo como ele fazia para escrever suas teorias e nas dificuldades que enfrentava do que nas explicações cientificas de cada uma.
De forma geral, posso dizer que filme e livro devem agradar a públicos distintos. A biografia de Hawking, escrita por ele próprio, foca nas descobertas cientificas e provavelmente terá mais chances de agradar a quem tiver conhecimentos específicos da área. Enquanto isso, o filme (e provavelmente o livro de mesmo nome) agradam a um público mais amplo, pois não se detém em tópicos de física ou cosmologia, dando maior enfase à vida pessoal, familiar e amorosa do cientista.
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