Lições do Desejo
(Os Rothwells #2)
Autora: Madeline Hunter
Páginas: 272
Edição: Brochura
Editora: Arqueiro
(Os Rothwells #2)
Autora: Madeline Hunter
Páginas: 272
Edição: Brochura
Editora: Arqueiro
SINOPSE: Atraente, sutil e tentador, lorde Elliot Rothwell é um homem acostumado a
fazer sucesso entre as mulheres e a conseguir tudo o que deseja delas.
Mas isso não se aplica a Phaedra Blair. A brilhante e exótica editora
não parece disposta a ceder a seu pedido e cancelar a publicação das
memórias de um membro do Parlamento que podem manchar o nome da nobre
família Rothwell. A pedido de seu irmão mais velho, o marquês de
Easterbrook, Elliot vai a Nápoles para negociar com Phaedra. Historiador
de renome e autor de livros respeitados, tudo indica que ele seja a
pessoa ideal para a tarefa. Porém, em vez de encontrar a bela mulher
descansando à beira do mar Tirreno, Elliot descobre que ela está presa
por causa de uma acusação injusta. Graças ao prestígio da família, o
nobre consegue libertá-la, mas também se torna responsável por ela até
voltarem à Inglaterra. Percorrendo juntos uma das regiões mais belas e
românticas da Europa, eles vão descobrir que discordam de quase tudo o
que o outro pensa ou faz exceto o que fazem juntos na cama. E, nessa
aula de prazer, será cada vez mais difícil saber qual dos dois tem mais a
ensinar.
Essa
história se passa entre Nápoles, Pompéia e a Inglaterra, então temos a
descrição de belíssimas paisagens e ficamos com aquela vontade de viajar
e conhecer alguns lugares citados. Felizmente Google Maps está aí e
pode ajudar até a nos localizarmos durante a leitura.
Phaedra Blair não passa despercebida. Onde quer que esteja ela chama atenção, seja por suas ideias ousadas ou pela sua aparência. Filha de pais liberais e defensores do livre amor, ela cresceu acreditando que não deveria se deixar levar pelas regras sociais, não deveria se prender a homem algum, e não precisaria se curvar a qualquer obrigação social. Não por acaso, em uma viagem para fora da Inglaterra ela acaba despertando a ira de homens poderosos e é feita prisioneira em seu hotel. Nem por isso sua confiança fica abalada, e quando Elliot Rothwell aparece para tentar salvá-la, ela quase recusa sua ajuda por defender ferrenhamente que as mulheres não precisam aceitar a ajuda de qualquer homem. Elliot é um nobre acadêmico, irmão mais novo de um marquês e reconhecido por seus livros de história, além da fortuna da família herdou também o charme e a beleza o que faz com que desperte a cobiça da maioria das mulheres. Mas aparentemente a bela ruiva de vestes soltas é imune a seu charme, o que a torna ainda mais interessante.
Essa história é motivada pela busca de Phaedra por esclarecer algumas coisas com relação ao passado de sua mãe antes de publicar a biografia do pai e o desejo de Elliot, de evitar que algumas passagens que podem manchar o nome de sua família sejam publicadas no mesmo livro, tudo isso permeado pela convicção exagerada de Phaedra de que "as mulheres não precisam dos homens" ou quase isso. Mas sabe aquela velha história da maioria dos romances de época, onde os mocinhos tendem a sentir um desejo exagerado um pelo outro, e temos parágrafos e mais parágrafos narrando como isso os consome? Então, infelizmente temos isso nesse livro também. Eu havia ficado tão feliz com o primeiro livro da série, que não apelava para esse "lugar comum" e conseguiu criar uma história tão envolvente que não esperava que nesse livro, com um tema tão pertinente nos dias atuais, esse tema fosse recorrente.
A despeito de toda a pertinência do assunto abordado, que apesar de não apresentar o nome de feminismo apresenta muitos pontos em comum, a autora não soube aproveitar isso em seu favor. Criou uma protagonista fraca, teimosa e cega para a realidade, que apesar de toda a sua inteligência se deixa levar por suas crenças engessadas. Um pouco dessa obsessão pela independência feminina é explicada pela história da mãe de Phaedra e sua criação, mas ainda sim é muito vago, e para alguém com ideais tão revolucionários e tão defensora de suas ideias, eu esperava uma protagonista mais forte, decidida e esclarecida. Elliot cumpre bem seu papel de mocinho: não cria problemas, expõe toda a sua obsessão e desejo, e usa seu charme, dinheiro e influência para ajudar a história a se desenrolar. Poderia ser um bom contrapeso para uma protagonista tão forte e marcante quanto Phaedra Blair, mas ela não faz por merecer. Apresenta-se chata e muitas vezes cansativa ao refletir sobre seus ideais. É como se, diversas vezes, o que se passa por sua cabeça fosse: "Espera, não precisa ser assim, pode existir um outro jeito ou um meio termo... Não, preciso defender os ideais que minha mãe me ensinou e precisa ser assim, mesmo que eu não goste".
Em resumo, é um bom livro, embora cansativo às vezes e não foge do lugar-comum dos romances de época (desejo carnal e protagonistas que não querem se casar). Os ideais de independência feminina poderiam ter sido melhor explorados, principalmente no sentido de não tornar o livro mais-do-mesmo.
Assim como no livro anterior, a Editora Arqueiro, não decepcionou e fez um belo trabalho de revisão ortográfica. Além disso, a capa apresenta uma moça ruiva o que tem tudo a ver com a história.
Notas: Capa 4,5/5; Ideia 5/5; Personagens 44/5; Desenvolvimento 3/5, Conclusão 4/5; Revisão 5/5
QUOTES:
De alguma forma, pelo simples fato de existir, a Srta. Blair conseguia fazer com que um homem se
sentisse desafiado. Os instintos dele tinham reagido à altura.
Isso era a pior coisa em relação aos homens bonitos. A beleza
deles deixava a mulher em desvantagem quando eles lhe dirigiam sua atenção.
Phaedra conseguia provocar e rejeitar sem dizer uma só
palavra. Você me quer e pode ser que um
dia eu o queira, mas não hoje. Talvez nunca. Ainda não decidi.
Talvez a mãe não tivesse avisado porque nem ela mesma sabia.
Talvez o intruso fosse um homem como aquele lá embaixo, que causava arrepios só
por dar sua atenção e cuja presença era uma tentação para que, em um segundo,
uma mulher se esquecesse de todas as crenças e princípios que ancoravam sua
vida.
Alguns se apaixonavam por ela, outros a achavam irreal, mas
sem duvida ela os fazia questionar a ordem das coisas.
Uma mulher que guarda um tesouro com certeza seria uma das
primeiras a perceber se o pirata que ela temia tivesse voltado sua atenção para
outro navio.
Não há mudança sem problemas.
Ela nunca havia entendido o apelo do cavalheiro na armadura
brilhante, mas também nunca fora a donzela em perigo.
O mundo conspirava para convencer as mulheres a terem as
vidas comuns decretadas pela sociedade. Houvera muitas vezes em que escolher
fazer diferente tinha parecido tão difícil, tão solitário, que ela questionara
suas crenças. As vezes era exaustivo nadar contra a corrente: passava um barco
descendo o rio e era muito tentador entrar nele.
Um homem não deixa de pensar como homem por estar com uma
mulher que não gosta do jeito como os homens pensam. Seus amigos simplesmente
fingiram não pensar como homens para se aproveitarem de seus favores. Nós, homens,
fazemos essas coisas o tempo todo.
O sol pode fazê-lo esquecer-se de quem é por alguns dias ou
algumas semanas, contudo você nunca seria quem é se abandonasse esse mundo para
sempre por minha causa.
Por isso você se isola nesse mundo só seu. As verdades que desencava
por lá são mais seguras do que as que tem que enfrentar aqui.
O desapontamento que surgiu em seu coração era uma reação
tola. Os corações não pensavam com clareza, nem tomavam decisões. Eles mergulhavam
em sentimentos e não previam o futuro. O arrependimento e a melancolia não iriam
embora facilmente, mas isso não significava que ela deixaria que emoções traiçoeiras
a dominassem.
Saber que beirava o ridículo não detivera o impulso de fazer
papel de bobo. O amor era um inferno, isso sim.
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