Autor: Antoine de Saint-Exupéry
Páginas: 96Editora: Agir (mas atualmente tem MUITAS outras edições, com capa dura, desenho, etc,
Livro de criança? Com certeza.
Livro de adulto também, pois todo homem traz dentro de si o menino que foi.
Como explicar a adoção deste livro por povos tão variados, em tantos países de todos os continentes? Como explicar que ele seja lido sempre por tanto milhões e milhões de pessoas? Como explicar a atualidade deste livro traduzido em oitenta línguas diferentes?
Como compreender que uma história aparentemente tão ingênua seja comovente para tantas pessoas?O Pequeno Príncipe devolve a cada um o mistério da infância. De repente retornam os sonhos. Reaparece a lembrança de questionamentos, desvelam-se incoerências acomodadas, quase já imperceptíveis na pressa do dia a dia. Voltam ao coração escondidas recordações. O reencontro, o homem-menino.
Quem não conhece a história de O Pequeno Príncipe não é mesmo? Acho que quase todos, mas tem os que conhecem e não vêem graça alguma, e os que conhecem e amam ferozmente, e eu particularmente me encaixo nessa categoria e já perdi as contas de quantas vezes reli o livro de Antoine de Saint-Exupéry.
Livro de adulto também, pois todo homem traz dentro de si o menino que foi.
Como explicar a adoção deste livro por povos tão variados, em tantos países de todos os continentes? Como explicar que ele seja lido sempre por tanto milhões e milhões de pessoas? Como explicar a atualidade deste livro traduzido em oitenta línguas diferentes?
Como compreender que uma história aparentemente tão ingênua seja comovente para tantas pessoas?O Pequeno Príncipe devolve a cada um o mistério da infância. De repente retornam os sonhos. Reaparece a lembrança de questionamentos, desvelam-se incoerências acomodadas, quase já imperceptíveis na pressa do dia a dia. Voltam ao coração escondidas recordações. O reencontro, o homem-menino.
Quem não conhece a história de O Pequeno Príncipe não é mesmo? Acho que quase todos, mas tem os que conhecem e não vêem graça alguma, e os que conhecem e amam ferozmente, e eu particularmente me encaixo nessa categoria e já perdi as contas de quantas vezes reli o livro de Antoine de Saint-Exupéry.
O livro conta a história do 'Autor' (em hipótese alguma sabemos o nome do narrador e por isso prefiro chamá-lo assim), ele tem uma vida normal, quando criança ao ler sobre jiboias e sua alimentação, faz um desenho de uma jiboia e todos os adultos acham que é um chapéu, desencorajado por isso, ao crescer ele se torna piloto e é por isso que ele caí no deserto do Saara.
No deserto ele tem que tentar arrumar seu avião sozinho e depois de um dia, acorda com um serzinho o chamando e pedindo para desenhar um carneiro, esse é O Pequeno Príncipe!
Ele desenha o tal carneiro para o Príncipe, mas numa caixa, pois todos os carneiros que estavam fazendo não estava agradando o Pequeno Príncipe, este desenho, o Príncipe adora.
Ele desenha o tal carneiro para o Príncipe, mas numa caixa, pois todos os carneiros que estavam fazendo não estava agradando o Pequeno Príncipe, este desenho, o Príncipe adora.
Com isso, eles se tornam amigos, com o tempo e aos poucos, descobrimos sobre o planeta que o Pequeno Príncipe mora, sobre como surgiu uma bela flor por lá, mas muito vaidosa, e depois de um tempo o Príncipe preferiu sair para uma viajem, nessa viajem, ele passou por vários planetas e conheceu várias pessoas, como o Rei, o Bêbado e o Acendedor de Lampião, que foi a pessoa que ele mais gostou nessa incrível jornada, por ultimo, ele conhece o Geólogo, que fala sobre a Terra e isso o leva aqui e com isso ele conhece o Autor, é claro que aqui ele encontra outras pessoas e seres e assim aprende que ama sua Flor mesmo ela sendo vaidosa demais, pois ela o cativou, assim se tornando única entre milhares do mesmo.
Os personagens do livros são maravilhosos, até mesmo aqueles chatinhos, pois eles nos ensinam muitas coisas profundas, como amizade, cumplicidade, respeito e a melhor parte, nós fazer ver o que há de importante nessa nossa vida, coisa que infelizmente muitos não sabem/ou fingem não se importar.
Dos personagens, além dos protagonista, o Autor e o Pequeno Príncipe, destaco a Raposa, personagem essa que não se mostra um ser ruim, como retratado em outras história, mas bondoso e que faz o nosso protagonista enxergar o mundo com outros olhos, e principalmente sua relação com a sua Flor.
O Autor, é um personagem ótimo, ele não é uma adulto normal, pois ele, é mais parecido com as crianças e enxergar o mundo com outros olhos, olhos mais puros, apesar de levar uma vida pacata, pois, não encontrou ninguém como ele mesmo, porém isso muda com a chegada com Príncipe, que o cativa e marca sua vida para sempre.
O Pequeno Príncipe é o melhor personagem da história, ele é ingenuo como uma criança, e como uma criança também, enxerga a verdade no desenho do 'chapéu' do Autor, de acordo com a narrativa, ele amadurece, sem deixar de ser quem ele é, e esse amadurecimento é mais transparente e mais nítido em relação a sua amizade com a Flor em seu planeta.
A narrativa de Antoine de Saint-Exupéry não é uma narrativa para crianças como muitos falam por ai, e sim para um público de qualquer idade.
Ele nos ensina coisas lindas e muito profundas, como as que já falei a cima, e apesar de simples, é uma história que nos cativa demais, também é uma leitura leve e de leitura fácil, em todas as vezes que li, li o livro em uma dia (não nele completo, mas em algumas horinhas).
Ele nos ensina coisas lindas e muito profundas, como as que já falei a cima, e apesar de simples, é uma história que nos cativa demais, também é uma leitura leve e de leitura fácil, em todas as vezes que li, li o livro em uma dia (não nele completo, mas em algumas horinhas).
O livro possui muitas ilustrações, feitas por Saint-Exupéry mesmo, e elas são essenciais para a leitura.
Nota: 5/5 + fav.
QUOTES
"Certa vez, quando tinha seis anos, vi
num livro sobre a Floresta Virgem, 'Histórias Vividas', uma imponente
gravura. Representava ela uma jiboia que engolia uma fera. Eis a cópia do
desenho.
Dizia o livro: 'As jiboias engolem, sem mastigar, a presa inteira. Em seguida, não podem mover-se e dormem os seis meses da digestão.'
Refleti muito então sobre as aventuras da selva, e fiz, com lápis de cor, o meu primeiro desenho. Meu desenho número 1 era assim:
Dizia o livro: 'As jiboias engolem, sem mastigar, a presa inteira. Em seguida, não podem mover-se e dormem os seis meses da digestão.'
Refleti muito então sobre as aventuras da selva, e fiz, com lápis de cor, o meu primeiro desenho. Meu desenho número 1 era assim:
"Mostrei minha obra-prima às pessoas
grandes e perguntei se o meu desenho lhes fazia medo.
Responderam-me: 'Por que é que um chapéu faria medo?'
Meu desenho não representava um chapéu. Representava uma jiboia digerindo um elefante. Desenhei então o interior da jiboia, a fim de que as pessoas grandes pudessem compreender. Elas têm sempre necessidade de explicações. Meu desenho número 2 era assim:
Responderam-me: 'Por que é que um chapéu faria medo?'
Meu desenho não representava um chapéu. Representava uma jiboia digerindo um elefante. Desenhei então o interior da jiboia, a fim de que as pessoas grandes pudessem compreender. Elas têm sempre necessidade de explicações. Meu desenho número 2 era assim:
As pessoas grandes aconselharam-me deixar de
lado os desenhos de jiboias abertas ou fechadas, e dedicar-me de preferência à
geografia, à história, ao cálculo, à gramática.
Foi assim que abandonei, aos seis anos, uma esplêndida carreira de pintor. Eu fora desencorajado pelo insucesso do meu desenho número 1 e do meu desenho número 2. As pessoas grandes não compreendem nada sozinhas, e é cansativo, para as crianças, estar toda hora explicando.
Tive pois de escolher uma outra profissão e aprendi a pilotar aviões. Voei, por assim dizer, por todo o mundo.”
Foi assim que abandonei, aos seis anos, uma esplêndida carreira de pintor. Eu fora desencorajado pelo insucesso do meu desenho número 1 e do meu desenho número 2. As pessoas grandes não compreendem nada sozinhas, e é cansativo, para as crianças, estar toda hora explicando.
Tive pois de escolher uma outra profissão e aprendi a pilotar aviões. Voei, por assim dizer, por todo o mundo.”
“Vivi portanto só, sem amigo com quem pudesse
realmente conversar, até o dia, cerca de seis anos atrás, em que tive uma pane
no deserto do Saara. Alguma coisa se quebrara no motor. E como não tinha comigo
mecânico ou passageiro, preparei-me para empreender sozinho o difícil conserto.
Era, para mim, questão de vida ou de morte.
Só dava para oito dias a água que eu tinha.”
Só dava para oito dias a água que eu tinha.”
"Na primeira noite adormeci pois sobre a
areia, a milhas e milhas de qualquer terra habitada. Estava mais isolado que o
náufrago numa tábua, perdido no meio do mar.
Imaginem então a minha surpresa, quando, ao despertar do dia, uma vozinha estranha me acordou. Dizia:
- Por favor ... desenha-me um carneiro
- Hem!
- Desenha-me um carneiro ...
Pus-me de pé, como atingido por um raio. Esfreguei os olhos. Olhei bem. E vi um pedacinho de gente inteiramente extraordinário, que me considerava com gravidade..."
Imaginem então a minha surpresa, quando, ao despertar do dia, uma vozinha estranha me acordou. Dizia:
- Por favor ... desenha-me um carneiro
- Hem!
- Desenha-me um carneiro ...
Pus-me de pé, como atingido por um raio. Esfreguei os olhos. Olhei bem. E vi um pedacinho de gente inteiramente extraordinário, que me considerava com gravidade..."
"- Mas ... que fazes aqui? E ele
repetiu-me então, brandamente, como uma coisa muito séria:
- Por favor... desenha-me um carneiro ...
Quando o mistério é muito impressionante, a gente não ousa desobedecer. Por mais absurdo que aquilo me parecesse a mil milhas de todos os lugares habitados e em perigo de morte, tirei do bolso uma folha de papel e uma caneta.
Mas lembrei-me,então,que eu havia estudado de preferência geografia, história, cálculo e gramática, e disse ao garoto (com um pouco de mau humor) que eu não sabia desenhar. Respondeu-me:
- Não tem importância. Desenha-me um carneiro."
- Por favor... desenha-me um carneiro ...
Quando o mistério é muito impressionante, a gente não ousa desobedecer. Por mais absurdo que aquilo me parecesse a mil milhas de todos os lugares habitados e em perigo de morte, tirei do bolso uma folha de papel e uma caneta.
Mas lembrei-me,então,que eu havia estudado de preferência geografia, história, cálculo e gramática, e disse ao garoto (com um pouco de mau humor) que eu não sabia desenhar. Respondeu-me:
- Não tem importância. Desenha-me um carneiro."
"Como jamais houvesse desenhado um
carneiro, refiz para ele um dos dois únicos desenhos que sabia. O da jiboia fechada. E fiquei estupefato de ouvir o garoto replicar:- Não! Não! Eu não quero um elefante numa jiboia. A jiboia é perigosa e o
elefante toma muito espaço. Tudo é pequeno onde eu moro. Preciso é dum
carneiro. Desenha-me um carneiro."
"Então, perdendo a paciência, como tinha
pressa de desmontar o motor, rabisquei o desenho ao lado.E arrisquei:Esta é a caixa. O carneiro está dentro.
Mas fiquei surpreso de ver iluminar-se a face
do meu pequeno juiz:
- Era assim mesmo que eu queria! ..."
- Era assim mesmo que eu queria! ..."
"Que coisa é aquela?Não, é uma coisa. Aquilo voa. É um avião. O meu avião.Eu estava orgulhoso de lhe comunicar que eu voava.- Como? Tu caíste do céu?- Sim, disse eu modestamente.
- Ah ! como é engraçado...E o principezinho deu uma bela risada, que me irritou profundamente. "
"- Quando a gente anda sempre para frente, não pode mesmo ir longe ..."
"Eu aprendera, pois, uma segunda coisa, importantíssima: o seu planeta de origem era pouco maior que uma casa!Não era surpresa para mim. Sabia que além dos grandes planetas - Terra, Júpiter, Marte ou Vênus, aos quais se deram nomes há centenas e centenas de outros, por vezes tão pequenos que mal se vêem no telescópio.
Quando o astrônomo descobre um deles, dá-lhe por nome um número.Chama-o, por exemplo: 'asteroide 3251'.Tenho sérias razões para supor que o planeta de onde vinha o príncipe era o asteroide B 612. Esse asteroide só foi visto uma vez ao telescópio, em 1909, por um astrônomo turco.Ele fizera na época uma grande demonstração da sua descoberta num Congresso Internacional de Astronomia. Mas ninguém lhe dera crédito, por causa das roupas que usava. As pessoas grandes são assim.Felizmente para a reputação do asteroide B 612, um ditador turco obrigou o povo, sob pena de morte, a vestir-se à moda européia. O astrônomo repetiu sua demonstração em 1920, numa elegante casaca. Então, dessa vez, todo o mundo se convenceu."
"Se lhes dou esses detalhes sobre o asteróide B612 e lhes confio o seu número, é por causa das pessoas grandes.As pessoas grandes adoram os números. Quando a gente lhes fala de um novo amigo, elas jamais se informam do essencial. Não perguntam nunca: "Qual é o som da sua voz? Quais os brinquedos que prefere? Será que ele coleciona borboletas? "Mas perguntam: "Qual é sua idade? Quantos irmãos tem ele? Quanto pesa?Quanto ganha seu pai?" Somente então é que elas julgam conhecê-lo. Se dizemos às pessoas grandes: "Vi uma bela casa de tijolos cor-de-rosa, gerânios na janela, pombasno telhado. . . " elas não conseguem, de modo nenhum, fazer uma idéia da casa. É preciso dizer-lhes: "Vi uma casa de seiscentos contos". Então elas exclamam: "Que beleza!"
"É preciso não lhes querer mal por isso. As crianças devem ser muito indulgentes com as pessoas grandes. Mas nós, nós que compreendemos a vida, nós não ligamos aos números ! Gostaria de ter começado esta história à moda dos contos de fada. Teria gostado de dizer:
"Era uma vez um pequeno príncipe que habitava um planeta pouco maior que ele, e que tinha necessidade de um amigo..." Para aqueles que compreendem a vida, isto pareceria sem dúvida muito mais verdadeiro."
"Porque eu não gosto que leiam meu livro levianamente. Dá-me tanta tristeza narrar essas lembranças ! Faz já seis anos que meu amigo se foi com seu carneiro. Se tento descrevê-lo aqui, é justamente porque não o quero esquecer. É triste esquecer um amigo. Nem todo o mundo tem amigo. E eu corro o risco de ficar como as pessoas grandes, que só se interessam por números. Foi por causa disso que comprei uma caixa de tintas e alguns lápis também. É duro pôr-se a desenhar na minha idade, quando nunca se fez outra tentativa além das jibóias fechadas e abertas dos longínquos seis anos ! Experimentarei, claro, fazer os retratos mais parecidos que puder. Mas não tenho muita esperança de conseguir. Um desenho parece passável; outro, já é inteiramente diverso. Engano-me também no tamanho. Ora o principezinho está muito grande, ora pequeno demais. Hesito também quanto a cor do seu traje."
"- Gosto muito de pôr-do-sol. Vamos ver um ...- Mas é preciso esperar.- Esperar o quê?- Esperar que o sol se ponha.Tu fizeste um ar de surpresa, e, logo depois, riste de ti mesmo. Disseste-me: Eu imagino sempre estar em casa!De fato. Quando é meio-dia nos Estados Unidos, o sol, todo mundo sabe, está se deitando na França. Bastaria ir à França num minuto para assistir ao pôr-do-sol. Infelizmente, a França é longe demais. Mas no teu pequeno planeta, bastava apenas recuar um pouco a cadeira. E contemplavas o crepúsculo todas as vezes que desejavas. . .
Um dia eu vi o sol se pôr quarenta e três vezes!E um pouco mais tarde acrescentaste:Quando a gente está triste demais, gosta do pôr-do-sol ...- Estavas tão triste assim no dia dos quarenta e três?Mas o principezinho não respondeu."
"- Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões e milhões de estrelas, isso basta para que seja feliz quando a contempla. Ele pensa: "Minha flor está lá, naquele lugar. . . " Mas se o carneiro come a flor, é para ele, bruscamente, como se todas as estrelas se apagassem! E isto não tem importância!"
- Ah ! como é engraçado...E o principezinho deu uma bela risada, que me irritou profundamente. "
"- Quando a gente anda sempre para frente, não pode mesmo ir longe ..."
"Eu aprendera, pois, uma segunda coisa, importantíssima: o seu planeta de origem era pouco maior que uma casa!Não era surpresa para mim. Sabia que além dos grandes planetas - Terra, Júpiter, Marte ou Vênus, aos quais se deram nomes há centenas e centenas de outros, por vezes tão pequenos que mal se vêem no telescópio.
Quando o astrônomo descobre um deles, dá-lhe por nome um número.Chama-o, por exemplo: 'asteroide 3251'.Tenho sérias razões para supor que o planeta de onde vinha o príncipe era o asteroide B 612. Esse asteroide só foi visto uma vez ao telescópio, em 1909, por um astrônomo turco.Ele fizera na época uma grande demonstração da sua descoberta num Congresso Internacional de Astronomia. Mas ninguém lhe dera crédito, por causa das roupas que usava. As pessoas grandes são assim.Felizmente para a reputação do asteroide B 612, um ditador turco obrigou o povo, sob pena de morte, a vestir-se à moda européia. O astrônomo repetiu sua demonstração em 1920, numa elegante casaca. Então, dessa vez, todo o mundo se convenceu."
"Se lhes dou esses detalhes sobre o asteróide B612 e lhes confio o seu número, é por causa das pessoas grandes.As pessoas grandes adoram os números. Quando a gente lhes fala de um novo amigo, elas jamais se informam do essencial. Não perguntam nunca: "Qual é o som da sua voz? Quais os brinquedos que prefere? Será que ele coleciona borboletas? "Mas perguntam: "Qual é sua idade? Quantos irmãos tem ele? Quanto pesa?Quanto ganha seu pai?" Somente então é que elas julgam conhecê-lo. Se dizemos às pessoas grandes: "Vi uma bela casa de tijolos cor-de-rosa, gerânios na janela, pombasno telhado. . . " elas não conseguem, de modo nenhum, fazer uma idéia da casa. É preciso dizer-lhes: "Vi uma casa de seiscentos contos". Então elas exclamam: "Que beleza!"
"É preciso não lhes querer mal por isso. As crianças devem ser muito indulgentes com as pessoas grandes. Mas nós, nós que compreendemos a vida, nós não ligamos aos números ! Gostaria de ter começado esta história à moda dos contos de fada. Teria gostado de dizer:
"Era uma vez um pequeno príncipe que habitava um planeta pouco maior que ele, e que tinha necessidade de um amigo..." Para aqueles que compreendem a vida, isto pareceria sem dúvida muito mais verdadeiro."
"Porque eu não gosto que leiam meu livro levianamente. Dá-me tanta tristeza narrar essas lembranças ! Faz já seis anos que meu amigo se foi com seu carneiro. Se tento descrevê-lo aqui, é justamente porque não o quero esquecer. É triste esquecer um amigo. Nem todo o mundo tem amigo. E eu corro o risco de ficar como as pessoas grandes, que só se interessam por números. Foi por causa disso que comprei uma caixa de tintas e alguns lápis também. É duro pôr-se a desenhar na minha idade, quando nunca se fez outra tentativa além das jibóias fechadas e abertas dos longínquos seis anos ! Experimentarei, claro, fazer os retratos mais parecidos que puder. Mas não tenho muita esperança de conseguir. Um desenho parece passável; outro, já é inteiramente diverso. Engano-me também no tamanho. Ora o principezinho está muito grande, ora pequeno demais. Hesito também quanto a cor do seu traje."
"- Gosto muito de pôr-do-sol. Vamos ver um ...- Mas é preciso esperar.- Esperar o quê?- Esperar que o sol se ponha.Tu fizeste um ar de surpresa, e, logo depois, riste de ti mesmo. Disseste-me: Eu imagino sempre estar em casa!De fato. Quando é meio-dia nos Estados Unidos, o sol, todo mundo sabe, está se deitando na França. Bastaria ir à França num minuto para assistir ao pôr-do-sol. Infelizmente, a França é longe demais. Mas no teu pequeno planeta, bastava apenas recuar um pouco a cadeira. E contemplavas o crepúsculo todas as vezes que desejavas. . .
Um dia eu vi o sol se pôr quarenta e três vezes!E um pouco mais tarde acrescentaste:Quando a gente está triste demais, gosta do pôr-do-sol ...- Estavas tão triste assim no dia dos quarenta e três?Mas o principezinho não respondeu."
"- Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões e milhões de estrelas, isso basta para que seja feliz quando a contempla. Ele pensa: "Minha flor está lá, naquele lugar. . . " Mas se o carneiro come a flor, é para ele, bruscamente, como se todas as estrelas se apagassem! E isto não tem importância!"
"- Exato. É preciso exigir de cada um o que cada um pode dar, replicou o rei. A autoridade repousa sobre a razão. Se ordenares a teu povo que ele se lance ao mar, farão todos revolução. Eu tenho o direito de exigir obediência porque minhas ordens são razoáveis.
"- Tu julgarás a ti mesmo, respondeu-lhe o rei. É o mais difícil. É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues julgar-te bem, eis um verdadeiro sábio"
"O quinto planeta era muito curioso. Era o menor de todos. Mal dava para um lampião e o acendedor de lampiões ...
O principezinho não podia atinar para que pudessem servir, no céu, num planeta sem casa e sem gente, um lampião e o acendedor de lampiões. No entanto, disse consigo mesmo:
- Talvez esse homem seja mesmo absurdo. No entanto, é menos absurdo que o rei, que o vaidoso, que o homem de negócios, que o beberrão. Seu trabalho ao menos tem um sentido. Quando acende o lampião, é como se fizesse nascer mais uma estrela, mais uma flor. Quando o apaga, porém, é estrela ou flor que adormecem. É uma ocupação bonita.
E é útil, porque é bonita."
"- Teu planeta é tão pequeno, que podes, com três passos, dar-lhe a volta. Basta andares lentamente, bem lentamente, de modo a ficares sempre ao sol. Quando quiseres descansar, caminharás ... e o dia durará quanto queiras.
- Isso não adianta muito, disse o acendedor. O que eu gosto mais na vida é de dormir.
- Então não há remédio, disse o principezinho.
- Não há remédio, disse o acendedor. Bom dia.
E apagou seu lampião.
Esse aí, disse para si o principezinho, ao prosseguir a viagem para mais longe, esse aí seria desprezado por todos os outros, o rei, o vaidoso, o beberrão, o homem de negócios. No entanto, é o único que não me parece ridículo. Talvez porque é o único que se ocupa de outra coisa que não seja ele próprio"
"- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"?
...
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços.
- Criar laços?
Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim o único no mundo. E eu serei para ti única no mundo..."
"O quinto planeta era muito curioso. Era o menor de todos. Mal dava para um lampião e o acendedor de lampiões ...
O principezinho não podia atinar para que pudessem servir, no céu, num planeta sem casa e sem gente, um lampião e o acendedor de lampiões. No entanto, disse consigo mesmo:
- Talvez esse homem seja mesmo absurdo. No entanto, é menos absurdo que o rei, que o vaidoso, que o homem de negócios, que o beberrão. Seu trabalho ao menos tem um sentido. Quando acende o lampião, é como se fizesse nascer mais uma estrela, mais uma flor. Quando o apaga, porém, é estrela ou flor que adormecem. É uma ocupação bonita.
E é útil, porque é bonita."
"- Teu planeta é tão pequeno, que podes, com três passos, dar-lhe a volta. Basta andares lentamente, bem lentamente, de modo a ficares sempre ao sol. Quando quiseres descansar, caminharás ... e o dia durará quanto queiras.
- Isso não adianta muito, disse o acendedor. O que eu gosto mais na vida é de dormir.
- Então não há remédio, disse o principezinho.
- Não há remédio, disse o acendedor. Bom dia.
E apagou seu lampião.
Esse aí, disse para si o principezinho, ao prosseguir a viagem para mais longe, esse aí seria desprezado por todos os outros, o rei, o vaidoso, o beberrão, o homem de negócios. No entanto, é o único que não me parece ridículo. Talvez porque é o único que se ocupa de outra coisa que não seja ele próprio"
"- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"?
...
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços.
- Criar laços?
Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim o único no mundo. E eu serei para ti única no mundo..."
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