Finalmente eu li o meu Projeto Rosie. E, contrariando minhas expectativas iniciais, ele não é um livro tão "bobinho" assim. Pode ser classificado como intermediário entre YA e Chick lit, puxando mais pro chick lit mesmo. A personagem principal, Don, é um geneticista e professor universitário de 39 anos com alguns problemas de relacionamento social. Na verdade o livro não deixa explícito, mas tudo leva a crer que ele tem algum tipo de autismo ou síndrome, e durante o desenrolar da história, ele vai desenvolvendo suas capacidades de relacionamento com outras pessoas, em especial com Rosie, candidata a phD em psicologia.
Logo no inicio do livro somos apresentados à rotina demasiadamente programada de Don, a qual teve que ser redefinida de ultima hora para que ele pudesse fazer um favor para seu melhor amigo Gene (com o qual, diga-se de passagem, não simpatizei nem um pouquinho). Disso tem início o Projeto Esposa, onde Don resolve distribuir questionários às mais variadas mulheres a fim de facilitar a escolha da esposa ideal. Por um acaso acaba conhecendo Rosie, a qual não se encaixa nesse questionário de forma nenhuma, porém, por conta de um outro projeto em comum, eles começam a conviver e a passar pelas mais variadas situações cômicas (pelo menos pra quem esta lendo).
Na verdade o livro é até que bem previsível na maior parte do tempo, a irreverencia, digamos assim, fica por conta de Don e suas reações e respostas ao interagir com as mais variadas pessoas que lhe são apresentadas, pois seu ponto de vista é meio peculiar, normalmente dispensando as emoções e atendo-se somente à lógica. Após passar por uma série de situações inusitadas, ele decide que é hora de se adequar ao que a sociedade espera dele, coisa que até então não o incomodava muito, pois desde criança já havia se acostumado a ser o alvo de risadas da turma. Essa mudança de hábitos da personagem é um assunto delicado, pois de certa forma acaba apoiando o fato de que todos devem seguir as normas sociais, e se importar com o que as outras pessoas pensam. Felizmente nesse livro isso foi feito de forma muito sutil, uma vez que quando Don se deu conta, já havia percorrido boa parte desse caminho antes de realmente perceber e decidir que queria mudar. Ao invés de seguir a sequencia: decidir->mudar, ele seguiu uma sequencia mais ou menos como mudar->perceber>decidir continuar mudando, o que foi um ponto positivo, a meu ver. Considerando tudo isso, penso que esse livro merece um nota entre 7 e 8, pois apesar de previsível a maior parte do tempo, no final acaba dando uma "agitadinha" e também tem uma leve "pegada social"
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