Terminei de Ler: Que Mico!

Que Mico!
Autor: Dieison Engroff
Páginas: 120
Editora: Ava Editora
Todo mundo tem daqueles parentes que são iguais à segunda-feira; a gente não gosta, mas não tem como escapar deles. Sempre há alguém que fala o que não deve, que faz piada sem graça, ou que paga de abobado nas redes sociais...

Essas situações hilárias e que rendem boas risadas a Rô compartilha com você! Ela quase morre de vergonha com cada mico e mancada cometidos por sua família, coitada! Os parentes dela, sem muito esforço, conseguem estourar todos os micômetros do planeta.

É tanto mico que provavelmente você irá terminar a leitura com a barriga doendo de tanto rir e dirá: “Ufa! Ainda bem que não foi comigo!”

Um livro de humor, que também aborda questões sérias como consumismo, separação dos pais e o típico constrangimento que muitos adolescentes sentem em relação ao pai e à mãe. É pra pensar e se divertir!


Roberta é uma garota normal, e como todo adolescente, só tem família pra uma coisa: PASSAR VERGONHA.
Ela então resolve começar a contar casos em que sua mãe e os outros parentes a fazem passar vergonha, e tudo começa com uma vaca no shopping (mas uma vaca, vocês podem estar me perguntando? Bem não vou dizer nada, ao ler, vocês verão do que se trata). 

É claro que o livro não é só engraçado, ele trata de um tema bem sério, a separação dos pais, os pais de Rô se separaram quando a menina era nova, e é legal ver como ela é madura ao falar sobre esse tema chato para ela. 


Roberta, ou Rô pra gastar menos energia escrevendo (o que ADORO feat AMO), é uma ótima protagonista, engraçada demais, e muito gente como a gente, adora dormir e tem horas que se sente tão cansada que ao acordar já quer voltar a dormir de novo.
"Adivinhe quem acordou com todo o gás hoje? Só pode ser algum botijão por aí, porque eu estou e-xaus-ta.
Acho que sou um caso pra ser estudado pela NASA. Eu durmo, durmo, e durmo, e ainda acordo cansada. Tipo, durmo tanto e acordo tão cansada de dormir que dá a maior vontade de voltar a dormir pra descansar. Entendeu? Mais ou menos?"
Ela é bem eu, que fica imaginando altas situações se fosse parente de algum famoso, ela também iria ter um nome feio (Ingridiana) como eu, o que me fez identificar demais com a personagem.
No decorrer do livro ela é bem acida com seus parentes, fala a verdade mesmo sem firulas, mas no fim, não é uma pessoa ruim e sabe que mesmo com seus defeitos sua família é sua família e isso é lindo demais, pois mostra que ela não guarda rancor no seu coração (não vou mentir, infelizmente não consigo ser assim não, prefiro até me distanciar da família, pra mim família é quem você escolhe, no caso se eles te amarem e não esse pessoal chato que fica tomando conta da vida alheia). 

Bem o livro tem uma história bem leve, engraçada, me arrancou altas risadas, o que foi muito bom, ainda mais no momento que estou (quando li, não estava muito legal).
Ele possui uma linguagem bem simples, com várias referências, para capitão nenhuma colocar defeito.
O livro foi minha segunda experiência com e-books, não sou fã da plataforma, mas tem casos e casos, comecei a ler o livro e adorei, foi bem rápido a leitura, mesmo sendo nesse formato (estou com uma promessa de que esse ano, irei ler mais no formato para ver se deixo de ranço). 
No fim do livro, Dieison, colocou um teste para saber quem os leitores são na Ceia de Natal, fiz o teste, mas a grande novidade? (ou nem tanto, sou desses) Deu EMPATE, pensa numa pessoa que nem pra teste de profissão consegue faze-lo sem dar empate? Prazer você está lendo a resenha dela. 

PS: O livro além de ter me divertido e me ajudado num momento ruim, ainda me deu umas dicas boas de como me livrar daquela pessoa chata no whats, obrigado Rô! 

Nota: 4/5

QUOTES

"Que sonho, ser prima — mesmo que distante, de décimo segundo grau — da Pati e do boy magia Fê. Ir ao shopping e fazer peregrinação por aquelas lojas chiquérrimas em que a lindíssima Patrícia Poeta é cliente vip. Já imaginou? Que tudo! É pra sambar na cara de qualquer invejosa de plantão.
Você deve estar pensando: “Caraca, essa garota está viajando total”. Pode ser, mas garanto que às vezes você também fica imaginando coisas que — infelizmente, muito infelizmente — só acontecem na cabeça da gente. Fico aqui falando essas besteiras, enquanto a Pati nem sabe que existo. Eu sei."

"Talvez eu seja criticada por esses autores best-sellers ao falar o que penso assim, na lata... Quer dizer, eu não, mas o Dieison Engroff com certeza será bombardeado! Fazer o quê?
Não consigo fechar essa minha boca grande, eu falo mesmo!
Aliás, isso é outra coisa que esses manuais não ensinaram direito pra minha mãe. Sou adolescente e falo o que penso na cara, sem papas na língua e sem filtro. Ainda não sou adulta que fica enganando, dizendo que gostou sem ter gostado, só pra agradar, pagar de gentil. Falo e ponto final."

"Meus pais se separaram quando eu tinha nove anos. Depois disso morei só com minha mãe. Meu pai sempre foi muito ausente, mas lembro que, na época, chegava a ter apenas uma folga em treze dias de trabalho. Loucura total! Ela diz que esse foi o principal motivo da separação, que teve que me criar sozinha, pois ele achava — e ainda deve pensar assim — que só tinha obrigação de pagar as contas de casa. E não é assim.
Pai também tem que dar amor, atenção, impor limites, essas coisas que a minha mãe faz. E, na maioria das vezes, ela pega muito pesado no lance de impor limites."

"Um dia desses, ela inflou o peito pra cantar “Alma gêmea”, do Fábio Júnior:
— As verdades da laranja/ Dois amantes, dois limãos...
— Mãe, não é “verdades”, é “metades”. — Eu quis ajudar, juro!
— E não é “limãos”, é “irmãos”. E mais, não se diz “limãos”, essa palavra no plural fica “limões”, entendeu?
— Eu é que tô cantando e faço como quiser, tá?!"

"Noutro dia, enquanto ela lavava a louça, acabou também com um sucesso da Ivete Sangalo, a música 'Sorte Grande'.
— Galinha saltitante foi você cair do céu/ A refeição verdadeira...
Enquanto cruzava pela cozinha, tive que parar pra ouvi-la, momento mais hilário do dia. Fiz a maior cara de ponto de interrogação: 'Como assim? Jura que estou ouvindo isso?'" 

"Dona Val fala com a televisão, responde ao boa-noite do William Bonner no “Jornal Nacional” e não perde um “Casos de Família”, aquele programa apresentado pela Christina Rocha. Fica grudada diante da tevê, assistindo àquelas pessoas totalmente desconhecidas que lavam a roupa suja em rede nacional. Aff... Eu até já comentei com ela que é tudo armação, que outro dia li na internet uma matéria sobre isso.
— Não é, não. Isso é real, filha. É a vida!"

"Toda vez que peço pra ir à balada com as amigas, minha mãe faz uma clássica pergunta de mãe:
— Quem mais vai a essa festa além das suas amigas?
Ela sempre pergunta isso, apesar de saber que não conhece nem um terço dos nomes que eu cito.
Nessa hora, o segredo é não falar os apelidos mais estranhos da galera. Cá entre nós, o que nossas mães pensariam se dissermos que na festa vai estar o Zoiudo, o Medonho, o Bocão, o Pólvora, o Faísca...? Fala sério, achariam que a gente está andando com uma quadrilha barra-pesada. Todos podem ser boas pessoas, mas uma mãe não pensaria assim nessa situação."


"Outro dia contei pra ela que briguei com uma amiga e fiquei bolada.
— Ai, que horrível, filha. Ela te deu uma bolada? Machucou?
Expliquei que bolada quer dizer chateada, nessa situação não tem nada a ver com levar uma pancada com bola. Na hora, ela ficou sussa, ou seja, sossegada, de boa; mas minha mãe não aprende!
Saí pra festa de aniversário da Milena e disse que ia causar com meu vestido novo. Minha mãe surpreendeu-se e perguntou:
— Peraí, dona Roberta! Como assim, casar? Com quem?
— Casar, mãe? Tô fora! Que é isso?! Eu falei causar, que significa que vou arrasar, Sambar na Cara das Invejosas com esse meu vestido lindo."

"As pessoas são diferentes e se expressam a seu modo."

"As pessoas são do jeito que são. Muitas vezes, fraquejam e nós devemos procurar entendê-las, porque nós também podemos fraquejar, e sempre haverá alguém pra nos compreender."

"Fazia um tempão que eu não via a tia Sônia, ela andava bem sumida. Mas tia sumida sempre aparece, ou dá um jeito de aparecer, tipo monstro de filme de terror que volta pra um último susto, sabe?"

"Na noite de Natal a gente não vê os sinos badalando, sente aquele cheirinho de peru no forno, família reunida, trocando abraços e sorrisos, num total clima de Noite Feliz. Lindo... A família passa o ano inteiro de tretas e fofocas, um malhando o outro, uma inveja geral, mas, quando chega o Natal, todo mundo é legal, todo mundo se ama. Só que não!
Gente, alô-ôu?, de que adiantam todos aqueles abraços e palavras bonitas se a maior parte do tempo ninguém está nem aí pro outro? Isso, pra mim, nada tem a ver com Natal, tem nome: hipocrisia. Preste atenção na galera da ceia de Natal da sua família e pense sobre como se relacionaram o ano inteiro; é o mesmo que fazer um curso intensivo sobre como não se comportar."

"Natal tem tudo a ver com tradições e uma das mais decepcionantes é o amigo-secreto, porque só rola presente ruim e é aquele momento em que a falsidade atinge seu ápice.
Tipo quando gente que nem se fala durante o ano, na hora do amigo-secreto, diz assim:
— Ai, meu amigo secreto é uma pessoa especial, que admiro muito, um exemplo de vida e blá-blá-blá.
Pura mentira! Admira muito, mas, durante o ano, tudo o que mais quis foi manter distância da pessoa. Pode reparar. Depois que a festa acaba, quase ninguém olha na cara do outro."

"Mas, além da família, a gente mata a saudade daquela outra visita que também só vem nessa época. Meia chance pra você adivinhar.
É claro que estou falando das frutas cristalizadas e da uva passa. Todo ano é a mesma coisa, parece uma epidemia que toma conta de todas as casas e invade as ceias sem nosso consentimento. As frutas cristalizadas e a uva passa estão em quase todos os pratos. Impossível escapar delas. É na farofa, no arroz, no feijão, no peru, na salada, no panetone.
Acho que deve ter uva passa e frutas cristalizadas até no champanhe.
Ninguém com menos de 100 anos gosta de uva passa e frutas cristalizadas, mas em todo Natal elas estão lá, marcando presença na nossa ceia. E de tão conhecidas já são mais tradicionais do que o próprio Papai Noel."

"Outra coisa que só aparece no Natal é panetone e rabanada. Por que será? Dããã... É porque não é bom, né?
Se você for ao supermercado em agosto e perguntar pro atendente se tem panetone, ele logo vai dizer:
— Poxa, não está na época. Só perto do Natal, desculpe.
Viu só? Não se encontra panetone o ano inteiro; rabanada também não."

Um comentário

  1. Nunca li nenhum livro nesse estilo, já adorei <33
    Parabéns pelo blog, já estou seguindo para poder acompanhar as novidades

    www.papomoleca.com.br

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